Código
RC092
Área Técnica
Oculoplástica
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP)
Autores
- BRUNO RAFAEL DA SILVA LOPES (Interesse Comercial: NÃO)
- Marina Marchetti (Interesse Comercial: NÃO)
- Renata Martins Maia (Interesse Comercial: NÃO)
Título
LESAO PIGMENTADA CARUNCULAR COM ATIPIAS E DISPLASIA - UM RELATO DE CASO
Objetivo
Relatar abordagem de lesão caruncular pigmentada com atipias e marcadores oncológicos positivos.
Relato do Caso
Feminino, 56 anos, negra, portadora de difusas lesões pequenas melanocíticas em face, refere incômodo por lesão em carúncula esquerda com crescimento progressivo ao longo de 20 anos. Negou outros sintomas. Não possui antecedente oncológico pessoal e familiar. Negou comorbidades oculares. Ao exame, possui lesão única fibroelástica hipercrômica regular aderida à carúncula de extensão 1cmx1cm Optou-se por biópsia excisional e análise histopatológica, evidenciando: proliferação melanocítica composta intra e subepitelial em mucosa caruncular com moderada atipia e presença de displasia. Na análise imunohistoquímica, possui positividade para antígenos S100, MELAN A, HMB45, P16 e KI67. Paciente satisfeita com resultado estético após procedimento. Possui seguimento no ambulatório de Plástica Ocular para rastreio de possíveis novas lesões ou recidiva.
Conclusão
A presença de lesões carunculares é considerada rara, sendo o nevo benigno responsável por cerca de 40% dos tumores dessa topografia. Além disso, a presença de lesões consideradas malignas ou pré malignas é considerada ainda mais rara, girando em torno de 3% do total de lesões possíveis. Em casos de suspeita de lesão maligna ou pré maligna, deve-se considerar de forma criteriosa a indicação de exérese lesional para estudo pormenorizado. Paciente portadora, à primeira vista, de provável nevo de aspecto benigno em carúncula esquerda. Devido à queixa de desconforto, ao quesito estético e ao crescimento lentamente progressivo, optou-se por exérese e estudo da lesão, refutando a possibilidade de conduta expectante. Identificaram-se características de lesão de risco para evolução maligna. Portanto, embora a lesão possuísse aspecto inicial benigno, a mudança de padrão, surgimento de sintomas e a percepção do paciente quanto ao seu quadro merecem atenção e podem permitir identificar precocemente lesão de potencial maligno considerável.
Número de protocolo de comunicação à Anvisa: 2024023032
Responsável Técnica Médica: Wilma Lelis Barboza | CRM 69998-SP