Sessão de Relato de Caso


Código

RC055

Área Técnica

Glaucoma

Instituição onde foi realizado o trabalho

  • Principal: Fundação Altino Ventura (FAV)

Autores

  • MARIANA FERREIRA SILVEIRA DE QUEIROGA (Interesse Comercial: NÃO)
  • MARIANA GURGEL CARVALHO DE SOUZA (Interesse Comercial: NÃO)
  • MARIANO MAIA MACIEL (Interesse Comercial: NÃO)

Título

PSEUDOHIPÓPIO EM GLAUCOMA DE CÉLULAS FANTASMA

Objetivo

Relatar caso de glaucoma de células fantasmas que evoluiu com pseudohipópio.

Relato do Caso

Mulher, 73 anos, com queixa de baixa acuidade visual, hiperemia e dor em olho esquerdo (OE) há 3 semanas e piora há 5 dias. Portadora de glaucoma de ângulo aberto, em uso de maleato de timolol 0,5% e tartarato de brimonidina 0,2%. Ao exame do OE, acuidade visual corrigida (AV) 20/80, pressão intraocular (PIO) 58 mmHg, apresentando hiperemia conjuntival, edema corneano e depósito de conteúdo amarelo-acastanhado em câmara anterior (CA) medindo 3,4 mm, sugestivo de pseudohipópio. À ultrassonografia, ecos sugestivos de processo inflamatório/hemorrágico e descolamento de vítreo posterior total, retina e coroide aplicadas. Exame de olho direito (OD) sem alterações. Feitas medidas gerais para manejo de crise glaucomatosa e realizada lavagem de CA, sendo visualizado conteúdo de coloração semelhante no segmento posterior. No 1º dia pós-operatório, AV de percepção luminosa, pseudohipópio medindo 2,0 mm e PIO 32 mmHg. Indicada vitrectomia posterior, na qual foi observada hialóide anterior espessa e impregnada com material amarelo-acastanhado, bastante aderida em extrema periferia. Ao final, disco óptico corado, escavação 0,8, retina isquêmica, presença de vasos em fio de prata. A despeito de terapia hipotensora máxima, persistiu com descontrole pressórico, sem formar novo pseudohipópio, e evoluiu sem percepção luminosa antes da viabilidade para cirurgia antiglaucomatosa.

Conclusão

Glaucoma de células fantasma é uma doença muito rara, sendo associada à história de hemorragia intraocular e à identificação de células fantasmas, pequenas, de cor caqui, em suspensão ou formando um pseudohipópio. Nesse caso a hemorragia vítrea foi secundária a provável oclusão de ramo de veia central da retina, diante dos vasos em fio de prata visualizados na vitrectomia posterior. O atraso na busca pelo atendimento oftalmológico é um dos principais fatores relacionados ao desfecho negativo.

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