Código
RC032
Área Técnica
Doenças Sistêmicas
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
Autores
- Bruno Issao Kobayashi (Interesse Comercial: NÃO)
- Guilherme de Oliveira Lopes (Interesse Comercial: NÃO)
- Rosane Silvestre de Castro (Interesse Comercial: NÃO)
Título
ENDOFTALMITE ENDOGENA SECUNDARIA A MENINGOCOCCEMIA EM PACIENTE PEDIATRICO
Objetivo
Relatar caso de endoftalmite endógena em paciente pediátrico com diagnóstico de meningococcemia em hospital terciário.
Relato do Caso
Paciente do sexo masculino, 8 anos, com histórico vacinal incompleto, foi encaminhado em estado grave de hospital secundário para unidade de emergência pediátrica do HC-UNICAMP. Relata há 4 dias início de cefaléia holocraniana, vômitos e febre, evoluindo há 1 dia com rigidez nucal, queda de estado geral, rash purpúrico, hiperemia, fotofobia e dor em olho direito (OD). Após admissão, foi aventada hipótese diagnóstica de meningococcemia, sendo iniciada antibioticoterapia endovenosa e transferência para leito de UTI em isolamento. Resultado de análise liquórica sugestivo de infecção bacteriana, tendo posteriormente cultura com crescimento de Neisseria meningitidis. Avaliação oftalmológica com OD apresentando acuidade visual com percepção luminosa, biomicroscopia anterior com hiperemia conjuntival (HC) +4, edema de córnea (EC) +3, quemose e presença de hipópio 2mm. USG ocular que evidenciando ecos vítreos móveis, sugerindo quadro de vitreíte. Frente a hipótese de Endoftalmite de endógena, foi realizada punção associada a injeção intravítrea com Dexametasona, Vancomicina e Ceftazidima e iniciadas antibioticoterapia e corticoterapia tópicas. Análise de punção intravítrea apresentou diplococos gram negativos. Após 48 horas, paciente apresentava HC +2, EC +2, hipópio 1mm e USG com melhora de achados anteriores, sendo realizada nova injeção intravítrea. Nas avaliações diárias subsequentes, paciente apresentou melhora gradual e expressiva de quadro ocular e sistêmico. Após 15 dias de internação, paciente teve alta do serviço apresentando acuidade visual de OD 0,25. Responsáveis optaram por seguir acompanhamento oftalmológico em cidade de origem (Salvador-BA).
Conclusão
A endoftalmite bacteriana endógena é considerada uma apresentação rara e desafiadora. No caso, observou-se uma evolução aguda e agressiva da doença. O tratamento precoce e a abordagem multidisciplinar foram fatores determinantes para o desfecho positivo do caso.
Número de protocolo de comunicação à Anvisa: 2024023032
Responsável Técnica Médica: Wilma Lelis Barboza | CRM 69998-SP