Código
RC250
Área Técnica
Uveites / AIDS
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Santa Casa de Campo Grande - MS
Autores
- GUSTAVO GOBBI (Interesse Comercial: NÃO)
- JULIA TELES TRIGLIA PINTO (Interesse Comercial: NÃO)
- MATHEUS AZEVEDO AMARO (Interesse Comercial: NÃO)
Título
TOXOCARIASE OCULAR E A IMPORTANCIA DO SEU DIAGNOSTICO DIFERENCIAL
Objetivo
Este estudo tem como objetivo descrever o quadro de toxocaríase ocular e a importância do seu diagnóstico diferencial, visando melhorar o prognóstico visual com o início do tratamento correto de forma precoce.
Relato do Caso
Paciente sexo feminino, 07 anos de idade, acompanhada da mãe, referia baixa acuidade visual no olho esquerdo (OE) há 2 anos. Negava trauma e comorbidades. Relatou que tinha contato com animais de estimação em casa desde o nascimento. Sem queixas no olho direito (OD). Ao exame, apresentava acuidade visual (AV) do OD 20/20 e OE 20/400. Na biomicroscopia apresentava no OE, sinéquia posterior as 6h e presença de catarata. No OD sem particularidades (SP). Pressão intraocular normotônico em ambos os olhos. Fundoscopia (FO) no OE apresentando turvação vítrea, lesão exsudativa peripapilar inferior. OD SP. Paciente já tinha sido tratado com sulfadizina, pirimetamina e ácido fólico por 15 dias há 5 meses e há 1 mês, associado com corticoticoterapia e colírio de tropicamida. Não apresentou boa resposta, então foi solicitado exame de toxocara canis igG e prescrito sulfametoxazol + trimetoprima 800/160mg. No retorno, foi foi evidenciado toxocara canis IgG reagente. Assim, foi interrompido tratamento prévio e iniciado albendazol 400mg por dia e prednisona 20mg em regressão por 1 mês. No retorno apresentava melhora da AV NO OE para 20/100, melhora da vitreíte e da lesão exsutativa na FO. Mantido seguimento rotineiro no departamento de uveíte e indicado cirurgia de catarata. Realizada facoemulsificação 6 meses após finalizado tratamento, evoluindo com melhora da acuidade visual para 20/40p.
Conclusão
A severidade da TO depende do número de larvas presentes no olho, assim como da intensidade da resposta inflamatória do hospedeiro. O diagnóstico diferencial preciso e início precoce do tratamento correto não apenas melhora o prognóstico visual do paciente, assim como também minimiza o impacto negativo em sua qualidade de vida.
Número de protocolo de comunicação à Anvisa: 2024023032
Responsável Técnica Médica: Wilma Lelis Barboza | CRM 69998-SP