Código
RC104
Área Técnica
Oftalmopediatria
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Escola Cearense de Oftalmologia (ECO)
Autores
- AMANDA DE PAULA PESSOA PAULA BOTELHO (Interesse Comercial: NÃO)
- SAMUEL MONTENEGRO PEREIRA (Interesse Comercial: NÃO)
- RIAN VILAR LIMA (Interesse Comercial: NÃO)
Título
A IMPORTANCIA DA AVALIAÇAO OFTALMOLOGICA PRECOCE EM UNIDADE DE ASSISTENCIA MATERNO-INFANTIL: UMA SERIE DE CASOS
Objetivo
Ressaltar a importância do exame oftalmológico precoce em recém-nascidos para uma evolução favorável do prognóstico visual.
Relato do Caso
Caso 01: Prematuro de 32 semanas apresentou Enterocolite Necrotizante, além de lesões hiperêmicas em mucosa oral e narina esquerda. Avaliação oftalmológica evidenciou necrose retiniana em olho direito e panuveíte em olho esquerdo, levantando suspeita de infecção por Herpes Simples Vírus (HSV), sendo indicado tratamento empírico com Aciclovir endovenoso. Posteriormente, exames sorológicos confirmaram anticorpos IgM positivos para HSV-1 e HSV-2. A terapia antiviral permitiu melhora global da condição e preservação da visão em olho esquerdo. Caso 02: Recém-nascido de 34 semanas apresentou hemocultura positiva para Candida albicans resistente à Anfotericina B. Exames oftalmológicos revelaram lesões coriorretinianas branco-creme bem circunscritas bilateralmente. O acompanhamento revelou rápida progressão da lesão para proliferação fibrovascular, compatível com Endoftalmite Fúngica, sendo instituída terapêutica com Micafungina e Fluconazol endovenosos e Voriconazol intravítreo, preservando a visão em olho esquerdo. Caso 03: Um recém-nascido apresentou ptose palpebral unilateral e retinite por Citomegalovírus (CMV) no olho direito. Testes sorológicos confirmaram infecção por CMV na mãe e no bebê. Também observaram-se sinais de paralisia periférica esquerda e alterações nos testes de triagem auditiva. Caso 04: Um recém-nascido com 72 horas de vida foi submetido a investigação para Toxoplasmose congênita, pois mãe apresentou IgM positivo ao final da gestação. A criança não mantinha contato visual, possuía leucocoria bilateral e microftalmia. Na fundoscopia observou-se cicatrizes atróficas na mácula. Posteriormente, uma tomografia de crânio revelou microcalcificações difusas e a criança teve IgM positivo para Toxoplasmose.
Conclusão
O exame oftalmológico em recém-nascidos de alto risco pode ser decisivo para preservar a qualidade de vida futura da criança, além de ajudar no diagnóstico e tratamento de condições sistêmicas.
Número de protocolo de comunicação à Anvisa: 2024023032
Responsável Técnica Médica: Wilma Lelis Barboza | CRM 69998-SP