Código
RC093
Área Técnica
Oculoplástica
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Hospital de Olhos do Paraná
Autores
- ALEXANDRE BATISTA MACHADO (Interesse Comercial: NÃO)
- BRUNO HIRT (Interesse Comercial: NÃO)
- RODRIGO BERALDI KORMANN (Interesse Comercial: NÃO)
Título
LINFOMA MALT DE SACO LACRIMAL: RELATO DE CASO
Objetivo
Avaliar um caso raro de linfoma tipo MALT localizado em saco lacrimal de uma paciente do Hospital de Olhos do Paraná (HOP).
Relato do Caso
Paciente feminina, 63 anos, caucasiana, professora, compareceu ao HOP em fevereiro de 2024 com epífora sem secreção em olho direito no decorrer do último ano, sem demais queixas. Relatou blefaroplastia superior e inferior há 2 anos, com deiscência de sutura e resultado final insatisfatório. Dacriocistografia evidenciou vias lacrimais normais, e tomografia e ressonância de órbitas evidenciaram aumento de volume de canto lateral direito, com suspeita de neoplasia. Ao exame oftalmológico observou-se aumento de volume de canto interno direito, endurecido e sem refluxo a expressão. Sugerido dacriocistorrinostomia externa à direita com intubação. O procedimento cirúrgico ocorreu sem intercorrências, contudo, no per-operatório observou-se uma massa dentro do saco lacrimal, friável, cinza amarronada, sendo então removido o saco lacrimal com toda a massa encontrada e encaminhada para análise citológica. Laudo do anatomopatológico: tecido amarelo untuoso, medindo 14x11x6mm, sendo proliferação linfóide atípica comprometendo difusamente tecido mucoso. Laudo da imunofenotipagem: Linfoma da zona marginal extranodal do tecido linfóide associado à mucosa (MALT), sendo positivo para: CD20, CD3, CD5, CD21, CD23, Bcl-2, Kappa, Lamba e Ki-67. Paciente encaminhada para hematologista, que iniciou imunoterapia.
Conclusão
Casos de linfoma de saco lacrimal se mostraram raros segundo revisões de literatura de 2006 (Sjö et al, Ophthalmic Oncology Task Force Study, doi: 10.1136/bjo.2006.090589) mostrando menos de 50 casos de linfoma de saco lacrimal publicados, sendo MALT uma parcela de aproximadamente 33% deles, e de 2022 (Meng et al, doi: 10.18240/ijo.2022.10.04) sugerindo apenas mais 9 casos desde então. Acompanhamento próximo desses pacientes se mostra essencial, assim como biopsiar lesões suspeitas, mesmo que durante procedimentos aparentemente de rotina.
Número de protocolo de comunicação à Anvisa: 2024023032
Responsável Técnica Médica: Wilma Lelis Barboza | CRM 69998-SP