Código
RC156
Área Técnica
Retina
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Hospital Universitario Evangelico Mackenzie
Autores
- LAÍS KIMIE TOMIURA (Interesse Comercial: NÃO)
- RAFAELA IRIA KAWAGOE (Interesse Comercial: NÃO)
- LUCAS SOUTO DA SILVA (Interesse Comercial: NÃO)
Título
FOVEOLITE BILATERAL COM GRAVE COMPROMETIMENTO VISUAL: USO DE TERAPIAS ALTERNATIVAS ADJUVANTES NO CONTEXTO DA DENGUE
Objetivo
Relatar um caso grave de foveolite com baixa acuidade visual severa associada a infecção pela dengue
Relato do Caso
Feminino, 33 anos, admitido em consultório médico por dor em membros inferiores e dor ocular intensa. Referiu redução da acuidade visual (AV) em campo inferior com piora para campo central, progressivamente. No exame: AV em olho direito (OD) 20/150, associado a escotomas e olho esquerdo (OE) conta dedos junto ao rosto (CDJR). Biomicroscopia: olhos calmos, sem reação de câmara anterior. Tonometria: 13/12 mmHg. Retina: ambos os olhos (AO) com nervo óptico corado, escavação fisiológica e sem edema. Houve perda do brilho foveal e múltiplos focos de hemorragia em ponto borrão associados a pontos brancos intrarretinianos em AO. Tomografia de Coerência Óptica (OCT): edema cistoide, presença de líquido subretiniano (LSR) central e hiperrefletividade de camada plexiforme externa em AO. Angiografia: evidenciou bloqueio em áreas de hemorragia e zona avascular foveal preservada bilateralmente. Os testes sorológicos foram positivos para dengue aguda. Início da terapia com colírio de acetato de prednisolona 1.0% de 3/3h, cetorolaco de trometamina 5mg/dl de 6/6h, associado a prednisona 20mg 1 comprimido/dia. Assim como terapia com câmara hiperbárica adjuvante e corticoterapia 1mg/kg/dia. Paciente relatou melhora após cada ciclo de terapia hiperbárica. Na evolução de 3 semanas do início do tratamento houve recuperação significativa da AV, sendo OD 20/20 e OE 20/20 parcial, com melhora importante das hemorragias.
Conclusão
A dengue, uma infecção viral que cresce globalmente, manifesta-se desde quadros assintomáticos a graves, incluindo comprometimento ocular. O presente caso destaca a foveolite, que entre as outras manifestações oculares, tende a ter um dos piores resultados visuais. Esta apresentação clínica ressalta a importância da vigilância e do acompanhamento oftalmológico rigoroso em pacientes com dengue e a relevância de uma intervenção adequada, assim como levanta a hipótese do uso de terapias adjuvantes para melhor resolução do quadro.
Número de protocolo de comunicação à Anvisa: 2024023032
Responsável Técnica Médica: Wilma Lelis Barboza | CRM 69998-SP