Código
RC096
Área Técnica
Oculoplástica
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Hospital da Fundação Banco de Olhos de Goiás
Autores
- PEDRO PAULO CLARK DE OLIVEIRA (Interesse Comercial: NÃO)
- BRUNNO DE ALMEIDA FRANÇA (Interesse Comercial: NÃO)
Título
PARACOCCIDIOIDOMICOSE PALPEBRAL COMO MANIFESTAÇAO PRIMARIA - UM RELATO DE CASO
Objetivo
É descrito a seguir um caso de paracoccidioidomicose ocular com lesão palpebral como primeira manifestação clínica da infecção. O objetivo deste relato é descrever uma manifestação rara da micose sistêmica mais prevalente em indivíduos imunocompetentes no Brasil.
Relato do Caso
Na primeira consulta, foi relatado, pelo paciente, quadro iniciado nos 2 meses prévios com secreção purulenta em canto nasal, edema palpebral inferior e papilas gigantes em conjuntiva tarsal inferior de olho esquerdo. Fez uso de amoxicilina nos 7 dias anteriores à consulta, tendo apresentado melhora do edema e do aspecto da secreção. Ao exame inicial: múltiplas lesões nodulares em terços intermediário e nasal de pálpebra inferior de olho esquerdo (Imagem 1). Foi prescrito amoxicilina-clavulanato 875/125mg. Após 7 dias de uso da medicação, paciente retorna para reavaliação, relatando supuração da lesão, porém, com persistência da ulceração. Foram aventadas como hipóteses diagnósticas para o quadro: paracoccidioidomicose, leishmaniose e carcinoma espinocelular. Foi realizada biópsia de lesão, que revelou em exame anatomopatológico hiperplasia de epiderme com pequenos cistos intraepidérmicos e estruturas fúngicas, de tamanhos variados, presença de ocasionais células gigantes multinucleadas de permeio, coloração de PAS com diástase positiva nas estruturas fúngicas; processo inflamatório com focos de supuração e hiperplasia de epiderme associado a estruturas fúngicas; compatível com Paracoccidioides brasiliensis. Foi iniciado o tratamento com itraconazol 100mg 2 comprimidos por dia, com programação de duração de 6 meses a 1 ano. Após reavaliação, em 2 meses de uso da medicação prescrita, foi observada melhora clínica significativa (Imagem 2).
Conclusão
Apesar do acometimento ocular ser raro nesta doença, a suspeita diagnóstica deve ser realizada por meio de dados clínicos e epidemiológicos. A confirmação diagnóstica deve ser realizada por exame histopatológico e o tratamento medicamentoso deve ser prontamente iniciado.
Número de protocolo de comunicação à Anvisa: 2024023032
Responsável Técnica Médica: Wilma Lelis Barboza | CRM 69998-SP