Título

RETINOSQUISE FOVEOMACULAR IDIOPATICA ESTRELADA NAO-HEREDITARIA BILATERAL - SNIFR: UM RELATO DE CASO

Objetivo

Relatar caso de retinosquise foveomacular idiopática estrelada não-hereditária (SNIFR), descrevendo o seu desfecho cirúrgico e ressaltando a importância da propedêutica aprofundada e da exclusão de diagnósticos diferenciais.

Relato do Caso

Paciente do sexo feminino, 67 anos, queixava-se de baixa acuidade visual (BAV) bilateral, o que impactava seus afazeres diários. Ao exame, o olho direito (OD) apresentava acuidade visual de 20/60 e o olho esquerdo (OE) 20/40. À biomicroscopia, apresentava catarata nos dois olhos, com câmara anterior opticamente vazia. Pressão intraocular de 12 mmHg. Exame de fundo de olho evidenciava descolamento seroso da retina. Foi solicitada uma Tomografia de Coerência Óptica (OCT) que confirmou o diagnóstico de retinosquise. Nesse caso, há uma maculosquise, uma expansão da plexiforme externa na área macular, que estava mais agravada no OD. Foi indicada cirurgia de vitrectomia no olho direito devido à pior AV, concomitante a uma cirurgia de catarata com implante de lente intraocular (LIO). Observou-se então, uma boa resposta terapêutica, com o retorno das camadas retinianas ao seu leito original, alcançando uma acuidade de 20/30 no OD - único submetido ao procedimento cirúrgico - e uma significativa melhora da qualidade de vida da paciente.

Conclusão

A SNIFR é uma patologia definida recentemente, sendo um novo diagnóstico diferencial às maculopatias; por apresentar aspectos clínicos e tomográficos semelhantes, o seu diagnóstico é feito a partir da exclusão de outras doenças retinianas. O tratamento cirúrgico se mostra como uma eficaz alternativa, sendo feita uma vitrectomia posterior com remoção da membrana limitante interna, troca fluido-gasosa e tamponamento intraocular com gás C3F8, o que resulta na restauração da estrutura retiniana e a eliminação de componentes tracionais residuais.