Sessão de Relato de Caso


Código

RC211

Área Técnica

Retina

Instituição onde foi realizado o trabalho

  • Principal: São Carlos Visão

Autores

  • Barbara Carneiro De Holanda (Interesse Comercial: NÃO)
  • Erick Carneiro De Holanda (Interesse Comercial: NÃO)
  • Lucas Perez Vicente (Interesse Comercial: NÃO)

Título

SÍNDROME PAQUICOROIDE LIKE COM FLUIDO SUBRRETINIANO: OS DESAFIOS DOS NOVOS IMUNOTERÁPICOS

Objetivo

Evidenciar a possibilidade de acometimento ocular no uso de terapias imunológicas sistêmicas, gerando repercussões morfológicas e funcionais.

Relato do Caso

CCMMC, feminina, 50 anos, em tratamento quimioterápico com CARBOPLATINA e PACLITAXEL e imunoterápico com DOSTARLIMABE por recidiva de metástase hepática de sítio primário em endométrio em 2016, queixa de mancha visual em olho direito há dois dias. Refere histórico de metástase peritoneal em 2021 e metástase hepática em 2023. Negou outras comorbidades, histórico pessoal e familiar oftalmológico. Ao exame, apresentou acuidade visual com correção dinâmica de 20/80 parcial em olho direito e 20/20 em olho esquerdo, além de pressão intra ocular de 12mmHg em ambos os olhos. Não houve alterações na biomicroscopia anterior. Ainda, no mapeamento de retina foi visto descolamento retiniano seroso macular em olho direito com aumento da retina, não observadas hemorragias ou roturas de periferia. Na ultrassonografia ocular, não foram vistas elevações sugestivas de metástases e no exame de tomografia de coerência óptica foi evidenciado fluido subrretiniano seroso com coróide congesta, visto paquivasos e compressão coriocapilar. Devido a associação já documentada em literatura de anticorpos monoclonais com os achados apresentados, inferimos a provável associação do DOSTARLIMABE com a Síndrome de Coriorretinopatia Serosa Central Like.

Conclusão

Os inibidores imunológicos têm sido cada vez mais usados no tratamento de cânceres avançados e metástases, com excelentes resultados no controle e remissão da doença. Porém, em conjunto com esta inovação, foram evidenciadas complicações, dentre elas o acometimento em polo posterior do globo ocular, na porção retiniana. Nesse contexto, o uso de anticorpos monoclonais mostra associação com descolamentos do epitélio pigmentar da retina, espessamento da camada de fotorreceptores externa e da coróide. Com isso, é essencial o acompanhamento dos pacientes em tratamento de doença primária ou metastática em uso de imunoterápicos, a fim detectar e manejar complicações precocemente.

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