Código
RC072
Área Técnica
Neuroftalmologia
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: HEVV ( Hospital Evangélico de Vila Velha)
Autores
- Henrique Ferreira Taliuli (Interesse Comercial: NÃO)
- Fernando Roberte Zanetti (Interesse Comercial: NÃO)
- Daniel dos Santos Ferreira (Interesse Comercial: NÃO)
Título
NEUROPATIA OPTICA RETROBULBAR UNILATERAL COMO MANIFESTAÇAO INICIAL DE INFECCÇAO PELO HIV – RELATO DE CASO
Objetivo
Relatar caso de neuropatia óptica retrobulbar unilateral como manifestação primária de infecção aguda pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) em paciente idosa.
Relato do Caso
Paciente, sexo feminino, 66 anos, deu entrada na urgência oftalmológica com queixa de BAV súbita e dor à movimentação ocular em OE há 1 dia. Como antecedente patológico, refere hipertensão arterial sistêmica, com bom controle, nega outras comorbidades. Ao exame, apresentava acuidade visual (AV) de 20/20 em olho direito (OD), conta dedos em OE e defeito pupilar aferente relativo (DPAR) em OE. A biomicroscopia e mapeamento de retina apresentavam-se sem alterações em ambos os olhos (AO). Foi optado por internação hospitalar para investigação diagnóstica, solicitados sorologias para doenças infecciosas e exames de imagem. A sorologia para HIV mostrou-se positiva. Outras sorologias e exames laboratoriais sem alterações. A ressonância nuclear magnética (RNM) de órbitas revelou espessamento e apagamento da bainha liquórica de nervo óptico esquerdo, aspecto sugestivo de neurite óptica. Iniciado terapia antirretroviral (TARV), e, após descartadas infecções oportunistas, iniciado tratamento com pulsoterapia com metilprednisolona 1G/dia endovenoso, por 3 dias. No segundo dia de pulsoterapia, paciente evoluiu com melhora da AV em OE para 20/30. Ao término da pulsoterapia teve alta hospitalar para seguimento ambulatorial, mantendo AV de 20/30 em OE e sem queixas oftalmológicas.
Conclusão
A neuropatia óptica retrobulbar é uma manifestação infrequente da infecção aguda pelo HIV, porém um atraso no diagnóstico e tratamento desta condição pode gerar consequências graves ao paciente. Diante do amplo espectro de possíveis etiologias para quadros de neuropatias ópticas, ressalta-se a importância de uma avaliação clínica e oftalmológica completa.
Número de protocolo de comunicação à Anvisa: 2024023032
Responsável Técnica Médica: Wilma Lelis Barboza | CRM 69998-SP