Código
RC071
Área Técnica
Neuroftalmologia
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Cerof - UFG
Autores
- MATEUS TAVARES DE SOUZA (Interesse Comercial: NÃO)
- Natalia Andrade Mendonça (Interesse Comercial: NÃO)
- Luciano De sousa Pereira (Interesse Comercial: NÃO)
Título
Neuropatia Óptica por Etambutol: Relato de Caso
Objetivo
Apresentar um caso de neuropatia óptica por etambutol (NOE) em paciente com múltiplas comorbidades, destacando a importância do diagnóstico precoce e da suspensão do medicamento.
Relato do Caso
Paciente masculino, 52 anos, com diagnóstico prévio de HIV, hepatites C e B, e tuberculose, estava em tratamento com terapia antirretroviral (dolutegravir, lamivudina, tenofovir), antirretroviral para hepatite C crônica (sofosbuvir e velpatasvir), e tratamento para tuberculose com Rifampicina (R), Isoniazida (I), Pirazinamida (P) e Etambutol (E). O paciente foi encaminhado ao serviço de oftalmologia devido à redução progressiva da acuidade visual em ambos os olhos nos últimos 3 meses, sem dor ou outras queixas relevantes. Ao exame, a acuidade visual com correção (AVCC) era de Conta dedos a 1 metro no olho direito (OD) e Conta dedos a 2 metros no olho esquerdo (OE). A biomicroscopia e a fundoscopia não apresentavam alterações significativas. Exames complementares incluíram tomografia de coerência óptica (OCT) da mácula e do disco óptico (DO), campimetria (CV) e retinografia. A OCT da mácula não revelou alterações, mas a OCT do DO mostrou discreto edema em AO. A campimetria evidenciou defeito cecocentral em ambos os olhos, compatível com neuropatia por etambutol. A medicação foi imediatamente suspensa, e o paciente foi acompanhado pela equipe de oftalmologia e infectologia. Após 1 ano, o paciente foi reavaliado, apresentando AVCC 20/20 em ambos os olhos. A biomicroscopia permaneceu sem alterações, e na fundoscopia, observou-se escavação fisiológica e palidez temporal do disco óptico em ambos os olhos, com o restante do exame sem anormalidades.
Conclusão
A NOE é um efeito adverso raro do etambutol, mas deve ser considerado em pacientes em uso dessa medicação. O diagnóstico precoce e a suspensão imediata do fármaco são essenciais para evitar danos visuais permanentes.
Número de protocolo de comunicação à Anvisa: 2024023032
Responsável Técnica Médica: Wilma Lelis Barboza | CRM 69998-SP