Sessão de Relato de Caso


Código

RC188

Área Técnica

Retina

Instituição onde foi realizado o trabalho

  • Principal: Hospital Oftalmológico do Interior Paulista - HOIP

Autores

  • LUCAS ALCANTARA VILHEGAS (Interesse Comercial: NÃO)
  • CASSIA YUMI OTA (Interesse Comercial: NÃO)
  • LEONARDO DA CUNHA CASTRO (Interesse Comercial: NÃO)

Título

OCLUSAO ARTERIOVENOSA DE HEMIRRETINA INFERIOR EM PACIENTE COM ESPONDILITE ANQUILOSANTE: RELATO DE CASO

Objetivo

Relatar caso de oclusão arteriovenosa em paciente com espondilite anquilosante em uso de medicamento imunobiológico, visando o reconhecimento precoce e o manejo adequado de complicações oftalmológicas.

Relato do Caso

Paciente do sexo masculino, 44 anos, buscou atendimento oftalmológico devido a baixa acuidade visual súbita no olho esquerdo há 3 meses. Apresentava antecedentes pessoais de diabetes mellitus tipo 2 e espondilite anquilosante em tratamento com Adalimumabe. Ao exame oftalmológico, apresentava acuidade visual com a melhor correção de 1,0 no olho direito e 0,2 no olho esquerdo. A biomicroscopia anterior mostrou-se sem alterações em ambos os olhos. O exame de mapeamento de retina apresentava-se sem alterações no olho direito. No olho esquerdo, observava-se disco óptico hiperemiado, com bordos borrados principalmente em região temporal com shunts optociliares, escavação não evidenciável, hemorragias em chama de vela e manchas algodonosas em hemirretina inferior, vasos fantasmas em arcada nasal e temporal inferior além de alteração do brilho macular. O exame de angiofluoresceinografia de retina demonstrou hipofluorescência por falta de enchimento em hemirretina inferior do olho esquerdo por isquemia retiniana e shunts vasculares retinianos, sem neovascularização retiniana. Com base nos achados clínicos e exames complementares, foi estabelecido o diagnóstico de oclusão mista (arterial e venosa) de hemirretina inferior do olho esquerdo.

Conclusão

A oclusão arteriovenosa de retina é uma manifestação rara, especialmente em pacientes jovens, e pode estar associada a distúrbios vasculares sistêmicos, como diabetes mellitus, lupus eritematoso sistêmico, síndrome do anticorpo antifosfolipídio e espondilite anquilosante. O adalimumabe, um inibidor do fator de necrose tumoral alfa e a inflamação crônica associada à espondilite anquilosante também podem contribuir para o risco aumentado de eventos vasculares. O reconhecimento precoce e o manejo adequado são fundamentais para prevenir danos visuais irreversíveis.

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