Sessão de Relato de Caso


Código

RC251

Área Técnica

Uveites / AIDS

Instituição onde foi realizado o trabalho

  • Principal: HUAP UFF

Autores

  • Davi Trés Vieira Gomes (Interesse Comercial: NÃO)
  • Jamil Augusto Carvalho Daher (Interesse Comercial: NÃO)

Título

UVEITE DIFUSA BILATERAL ASSOCIADA A SARCOIDOSE GERANDO GLAUCOMA SECUNDARIO E MEMBRANA EPIRRETINIANA

Objetivo

Descrever caso de paciente com quadro de panuveíte associada a sarcoidose que ao longo de 10 meses desenvolveu a membrana epirretiniana e glaucoma.

Relato do Caso

Paciente feminina, 42 anos, encaminhada ao serviço de oftalmologia com história de turvação visual há 1 mês associado a hiperemia ocular. Não possuía antecedentes oftalmológicos. A paciente estava em investigação sistêmica pelo setor de Dermatologia por lesões hipopigmentadas em MMII associado a linfadenopatia submandibular dolorosa e paralisia facial intermitente. Acuidade visual (AV) 20/20 em ambos os olhos (AO). Biomicroscopia de segmento anterior revelou precipitados ceráticos finos e reação de câmara anterior com celularidade 2+/4+ AO. Pressão intraocular (PIO) de 28/15 mmHg. Ao mapeamento de retina, snowballs vítreos em periferia inferior e embainhamento perivascular. Prosseguiu com exames multimodalidade. Posteriormente, a investigação sistemática revelou aumento sérico da enzima conversora de angiotensina e biópsia de tecido cutâneo apresentava granulomas não caseosos. O tratamento foi feito com prednisona oral em dose imunossupressora, corticoides tópicos e colírios antiglaucomatosos. Durante o seguimento, houve recorrência da uveíte associado ao desmame do corticóide oral. A paciente evoluiu com piora da AV de olho direito (OD) para 20/40, a AV de 20/20 em olho esquerdo (OE). Desenvolveu goniossinéquias em AO, glaucoma secundário em OD e membrana epirretiniana em AO. Mantém PIO aumentada de difícil controle em OD.

Conclusão

O curso da uveíte relacionada à sarcoidose é frequentemente bilateral e crônica. A uveíte pode estar associada com aumento da pressão intraocular, seja devido a inflamação ocular ou causada pela resposta ao tratamento. A presença de embainhamento perivascular está classicamente associada a um pior prognóstico visual e mais recidivas. A inflamação pode causar membranas epirretinianas, levando a roturas da retina e descolamentos. O monitoramento próximo do paciente é crucial.

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