Sessão de Relato de Caso


Código

RC059

Área Técnica

Neuroftalmologia

Instituição onde foi realizado o trabalho

  • Principal: UniSALESIANO Araçatuba

Autores

  • MARIA EDUARDA DE CARVALHO SILVA (Interesse Comercial: NÃO)
  • FERNANDA MORI FIGUEIREDO (Interesse Comercial: NÃO)
  • ROGÉRIO NERI SHINSATO (Interesse Comercial: NÃO)

Título

RELATO DE CASO: ALTERAÇOES PAPILARES EM PACIENTE ADULTA COM NEUROSSIFILIS

Objetivo

O objetivo desse estudo é apresentar um caso de paciente com neurossifilis, em vigência de alterações papilares bilaterais, sem a presença de testes positivos para HIV

Relato do Caso

N.G.S., 59 anos, apresentou queixa de dor de cabeça associada a diminuição progressiva na visão do olho esquerdo. Ela negou histórico de dor ou trauma prévio. No exame oftalmológico, sua acuidade visual era de 20/80 no olho direito e 20/200 no olho esquerdo. A tonometria era de 18 mmHg em OD e 16 mmHg em OE. Ao FO: edema de papila, hemorragias peripapilares e alterações no polo posterior, mais acentuado em OE (imagem1). Foi considerado edema de papila a esclarecer e encaminhada para avaliação neurológica de urgência. A paciente foi internada e realizados exames de tomografia computadorizada e ressonância magnética do crânio e órbitas, coleta de líquor, e arteriografia dos vasos cervicais e cerebrais. Os resultados mostraram leucorraquia aumentada com padrão linfocitário no líquor, e sorologia positiva para sífilis. Iniciado tratamento com ceftriaxone por 14 dias. Após 10 dias da alta hospitalar, paciente comparece a consulta em consulta oftalmologica para acompanhamento. Ao exame apresentava acuidade visual (AV) de 20/25 em olho direito (OD) e 20/40 em olho esquerdo (OE). A tonometria era de 19 mmHg em OD e 17 mmHg em OE. Apos 4 meses apresentava av de 20/20 em od e 20/25 em oe e FO sem alterações.

Conclusão

O caso é de neurosífilis com acometimento ocular, manifestando neuropatia óptica bilateral, mais pronunciada no olho esquerdo. O paciente não tinha HIV, com pressão liquórica normal. A incidência de sífilis no Brasil é de 75,8 casos por 100.000 habitantes¹, com 1 a 10% apresentando envolvimento ocular²,³. Neurosífilis pode ser a primeira manifestação, além de uveíte, manifestando-se como neuropatia óptica, retinite ou ceratite. Devido ao aumento da incidência, é importante considerar neurosífilis em neuropatias ópticas sem aumento da pressão intracraniana. O resultado visual após tratamento antibiótico foi excelente.

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