Código
RC223
Área Técnica
Trauma/Urgências
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Faculdade de Medicina da Fundação Universidade do ABC
Autores
- Daniel Sé De Caires Freitas (Interesse Comercial: NÃO)
- Lívia de Moura Alvares (Interesse Comercial: NÃO)
- Ana Beatriz Silva Mafaldo (Interesse Comercial: NÃO)
Título
AUTO EVISCERAÇAO APOS QUEIMADURA QUIMICA: RELATO DE CASO
Objetivo
Reflexão da importância na procura imediata de atendimento oftalmológico, em casos de queimadura ocular por agente químico alcalino.
Relato do Caso
Paciente sexo masculino, 67 anos encaminhado da UPA Vila Luzita ao OS oftalmológico do Centro Hospitalar Municipal de Santo André, devido à queixa de dor ocular intensa à direita associada à sangramento abundante há um dia. Além disso referiu que há quatro dias houve queda de cimento em mesmo olho, durante o trabalho, evoluindo com dor ocular moderada, nega ter procurado auxílio médico oftalmológico no período. Alegou já não apresentar visão em olho direito há 07 anos devido ao glaucoma, em uso irregular em ambos os olhos de, Maleato de Timolol, Cloridrato de Dorzolamida e Tartarato de Brimonidina. Negou antecedentes cirúrgicos oftalmológicos e pessoais. À ectoscopia observou-se grande quantidade de conteúdo hemático em região ocular direita e protusão de conteúdo intraocular. Ao exame oftalmológico apresentava acuidade visual sem correção em OD sem percepção luminosa e 20/30 em OE. À biomicroscopia do OD apresentava-se com hiperemia conjuntival intensa (3+/4+), córnea com edema (3+/4+) e perfuração em região central com herniação completa de íris e parcial de conteúdo uveal, câmara anterior em atalamia(Figuras 1 e 2). Prosseguimos com a internação do paciente, realização de exames pré-operatórios, e em seguida evisceração de OD. Após procedimento, paciente recebeu alta do serviço com prescrição de colírio de associação por 7 dias, e analgésico via oral. Foi orientado também a manutenção do acompanhamento ambulatorial no setor de glaucoma, para o OE.
Conclusão
A associação de diversos fatores como negligência no uso de EPIs, falta de estrutura nos ambientes de trabalho para prevenção de acidentes1,2, a não procura de auxílio médico oftalmológico, a baixa capacitação de médicos generalistas no primeiro atendimento à vitima de queimadura ocular1, dentre outros, podem contribuir para o mal prognóstico do quadro de queimadura química ocular, em especial, nos casos de agentes alcalinos.
Número de protocolo de comunicação à Anvisa: 2024023032
Responsável Técnica Médica: Wilma Lelis Barboza | CRM 69998-SP