Código
RC019
Área Técnica
Córnea
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Universidade Federal de Goiás (UFG)
Autores
- NATALIA ANDRADE MENDONCA (Interesse Comercial: NÃO)
- JULIA ALVES NASCIMENTO RODRIGUES (Interesse Comercial: NÃO)
- LORENNA DA SILVA BRAZ (Interesse Comercial: NÃO)
Título
MANIFESTAÇAO OCULAR DA DOENÇA ENXERTO-VERSUS-HOSPEDEIRO: UM ESTUDO DE CASO
Objetivo
Objetivo: Este estudo descreve um caso de Doença Enxerto-Versus-Hospedeiro (DEVH) ocular em um paciente de 34 anos com histórico de leucemia e transplante alogênico (TA) de medula óssea, evidenciando os aspectos clínicos e tratamento desta patologia.
Relato do Caso
Relato de Caso: O paciente procurou atendimento oftalmológico relatando sensação de corpo estranho, hiperemia, fotofobia e embaçamento visual no olho esquerdo (OE) persistindo por três semanas. Apesar do uso de colírios lubrificantes prescritos por outros oftalmologistas, não houve melhora dos sintomas. O paciente tinha histórico de DEVH intestinal diagnosticado cinco anos após o transplante de medula óssea. A biomicroscopia revelou meibomite e blefarite, hiperemia conjuntival e ceratite difusa em ambos os olhos, mais severa no OE. A acuidade visual corrigida era de 20/20 no olho direito (OD) e 20/30 no OE. O teste de Schirmer resultou em 4mm em 5 minutos em ambos os olhos, confirmando o diagnóstico de DEVH ocular. O tratamento inicial incluiu doxiciclina oral, ciprofloxacino e dexametasona tópicos em pomada, higienização das pálpebras e uso de colírio lubrificante sem conservante. Na reavaliação, houve melhora parcial dos sintomas, mas a ceratite difusa persistiu no OE, assim como a queixa de baixa acuidade visual. Foi então iniciado tratamento com corticoide tópico, tacrolimus 0,03% e gel lubrificante.
Conclusão
Conclusão: A DEVH é uma condição grave e rara, cuja manifestação ocular pode ser a primeira indicação de um quadro sistêmico. Sua incidência tem aumentado devido à melhoria no acesso ao TA de células-tronco. O oftalmologista tem um papel importante na detecção desta doença, devendo ser lembrada como um diagnóstico diferencial em casos de ceratoconjuntivite sicca com histório de TA. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado, envolvendo lubrificação e imunomodulação local, são fundamentais para o manejo ocular, bem como o rastreio de alterações sistêmicas que podem ser potencialmente graves.
Número de protocolo de comunicação à Anvisa: 2024023032
Responsável Técnica Médica: Wilma Lelis Barboza | CRM 69998-SP