Código
RC136
Área Técnica
Patologia Externa
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Hospital Universitario Evangelico Mackenzie
Autores
- GABRIEL LUIZ DE SOUZA KONDLATSCH (Interesse Comercial: NÃO)
- JESSICA CALIXTO CALIL PENTEADO (Interesse Comercial: NÃO)
- LEON GRUPENMACHER (Interesse Comercial: NÃO)
Título
OFTALMOMIIASE EXTERNA EM LACTENTE
Objetivo
Relatar um caso de oftalmomiíase externa em lactente
Relato do Caso
Paciente, feminino, 3 meses, deu entrada no pronto-socorro acompanhada pelos pais devido a edema palpebral e hiperemia ocular em olho esquerdo (OE) há 20 dias. Realizado tratamento com antibiótico tópico, sem sucesso. Pais procuram o serviço de oftalmologia por persistência do quadro e presença de larva em ponto lacrimal. Pais referiam viagem recente para zona rural. Negou comorbidades, cirurgias previas ou medicações continuas. Ao exame, edema palpebral e hiperemia ocular em OE associada a miíase em ponto lacrimal. Restante do exame físico sem alterações. Realizada tomografia de órbitas que demonstrou espessamento e densificação das partes moles anteriores ao globo ocular esquerdo pre-septais, sugerindo alteração inflamatória/infecciosa. Observou-se pequeno componente gasoso interposto à lesão. Optado por abordagem cirurgia com uso de vaselina e toucinho de porco. Removida a larva, sem intercorrências. Associado antibiótico via oral e tópico após procedimento. Paciente seguiu em acompanhamento, sem novo quadro ou complicações.
Conclusão
Diferentes espécies de moscas podem depositar seus ovos em tecido humano e causar quadros de miíase. Os pacientes mais suscetíveis são bebês e crianças pequenas, alcoólatras, pacientes debilitados não tratados, como diabéticos e deficientes mentais, pessoas de nível socioeconômico menos privilegiado e habitantes de zona rural, sendo o comprometimento ocular raro mesmo nesses pacientes. Dentre as alternativas terapêuticas temos uso de medicações antiparasitárias, como a ivermectina, e abordagem cirúrgica. No caso relatado, optou-se por abordagem cirúrgica devido à contraindicação ao uso da ivermectina para pacientes menores de 5 anos de idade.
Número de protocolo de comunicação à Anvisa: 2024023032
Responsável Técnica Médica: Wilma Lelis Barboza | CRM 69998-SP