Código
RC243
Área Técnica
Uveites / AIDS
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Centro de Estudo do Hospital Monumento
Autores
- Andressa Pozzati (Interesse Comercial: NÃO)
- Andressa Tauil Tavares Souza (Interesse Comercial: NÃO)
- Paulo Sergio Tavares Souza (Interesse Comercial: NÃO)
Título
PANUVEÍTE CAUSADA POR TUBERCULOSE OCULAR: RELATO DE CASO
Objetivo
Relatar um caso de panuveíte causado por tuberculose.
Relato do Caso
Paciente J.F.M, sexo masculino, 74 anos, comparece em consulta oftalmológica com baixa de visão (BAV) súbita em olho esquerdo (OE) associado a hiperemia e dor ocular há 12 dias. Antecedentes oculares com três episódios de uveíte por toxoplasmose em OE e pseudofacia OE em 2020. Ao exame demonstrou acuidade visual (AV) olho direito (OD) 20/20, OE: 20/100. À biomicroscopia em OD sem alterações e em OE apresentou reação de câmara anterior (RCA) 3+/4+, precipitado ceráticos (PKs), injeção ciliar 4+/4+ e sinéquias posteriores. O exame fundoscópico demonstrou opacidade vítrea 1+/4+ e presença de acúmulos branco-amarelados ao redor das artérias retinianas de maneira difusa, sugestivo de placa de Kyrieleis. Não foram observados sinais de retinite, papilite ou coroidite. Uma série de exames laboratoriais foram realizados para rastreio infeccioso e reumatológicos, entre os quais sorologia para toxoplasmose IgM negativo e IgG positivo, teste turbeculínico reator de 15 mm, sem demais alterações. Foi iniciado tratamento para tuberculose ativa com Rifampicina (R), Izoniazida (I), Pirazinamida (P) e Etambutol (E) por 2 meses e R + I por 4 meses, associado a corticóide via oral e midriático tópico. Após a conclusão terapêutica, paciente evoluiu com melhora do quadro em OE, AV 20/25 e fundoscopia com resolução completa da vitreíte e desaparecimento gradual das placas de Kyrieleis.
Conclusão
A tuberculose ocular é uma afecção rara, frequentemente subdiagnosticada como agente etiológico da uveíte. Esta pode ocorrer mesmo na ausência de manifestações sistêmicas, com uma variabilidade clínica e sem apresentar padrão diagnóstico. Portanto, o tratamento precoce é fundamental, visto que interfere diretamente no prognóstico clínico e ocular bem como na qualidade de vida do paciente.
Número de protocolo de comunicação à Anvisa: 2024023032
Responsável Técnica Médica: Wilma Lelis Barboza | CRM 69998-SP