Sessão de Relato de Caso


Código

RC316

Área Técnica

Uveites / AIDS

Instituição onde foi realizado o trabalho

  • Principal: VISION LASER

Autores

  • MONICA TELES CAMARGO (Interesse Comercial: NÃO)
  • FABIANA VENDRAMINI CAMPOS GOVEIA (Interesse Comercial: NÃO)
  • NATHALIA TAVARES ROCHA (Interesse Comercial: NÃO)

Título

RETINITE POR CITOMEGALOVIRUS (CMV)

Objetivo

Descrever por meio de relato de caso a ocorrência de retinite por CMV em paciente portador de HIV sem diagnóstico prévio.

Relato do Caso

A.C.S., 27 anos feminina, procurou atendimento devido quadro de baixa visão, hiperemia ocular em ambos os olhos, pior em olho esquerdo. Nega co-morbidades. Ao exame apresentava acuidade visual sem correção: olho direito (OD): 20/100 e olho esquerdo (OE): 20/150; Biomicroscopia presença de precipitados ceráticos (PKs) difusos e hiperemia conjuntival 1+/4+ em ambos os olhos. À fundoscopia, apresentava em OD: mancha algodonosa junto à arcada temporal superior em olho direito e em olho esquerdo: vítreo turvo 1+/4+, presença de lesão brancacenta iniciando em arcada superior e se estendendo até região superior com microhemorragias associadas – tipo maionese com catchup. Paciente foi submetida a exames de investigação para etiologias infecciosas e reumáticas, onde teve resultado positivo para Vírus da imunodeficiência humana (HIV) e CMV. Assim devido a retinopatia e a lesão em atividade em olho esquerdo foi necessário internação hospitalar para o tratamento com Ganciclovir e início do esquema anti-retroviral. Após 1 mês paciente retornou ao serviço com remissão de lesão em olho direito (Acuidade visual com correção 20/20) e em olho esquerdo com citratriz coriorretiniana superior ao nervo ( Acuidade visual com correção 20/70).

Conclusão

A retinite por CMV é usualmente uma complicação tardia da AIDS (Síndrome da imunodeficiência adquirida), cerca de 2% dos pacientes com AIDS têm a retinite por CMV como primeira e única manifestação da síndrome. O tratamento CMV em tempo hábil previne complicações maiores, como o descolamento de retina. O diagnóstico de HIV é um estigma muito grande, sendo o CMV uma das principais doenças oportunistas. O oftalmologista deve estar preparado para reconhecer e tratar essa doença tão grave e que leva á cegueira, além de saber dar essa notícia de forma acolhedora e sigilosa.

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