Sessão de Relato de Caso


Código

RC315

Área Técnica

Uveites / AIDS

Instituição onde foi realizado o trabalho

  • Principal: Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre

Autores

  • AMNA CASARIN ABDALLA (Interesse Comercial: NÃO)
  • André Luca Boeira Rovani (Interesse Comercial: NÃO)
  • Manuel Augusto Pereira Vilela (Interesse Comercial: NÃO)

Título

RELATO DE CASO: NEURORRETINITE UNILATERAL SUBAGUDA DIFUSA (DUSN)

Objetivo

Relatar um caso presumível de DUSN, uveíte posterior que pode levar à perda irreversível da visão se não tratada precocemente.

Relato do Caso

AMR, 30 anos, masculino, apresentou-se em consulta com queixa de baixa de visão progressiva em olho esquerdo desde os 12 anos, iniciada como escotoma central com evolução lenta para perda significativa de visão. Ao exame físico do olho esquerdo apresentava acuidade visual de percepção luminosa. Pressão intraocular de 10 mmHg. Em biomicroscopia havia redução do reflexo fotomotor à esquerda e sem demais alterações. À fundoscopia papila pálida, vasos fantasmas, retina pálida com aspecto punteado, embainhamento de vasos e vítreo claro. Larva não identificada ao mapeamento de retina. Olho direito não apresentava alterações.

Conclusão

DUSN é uma uveíte posterior associada à infecção por larva de nematóides (T. canis, A. caninum, S. stercoralis e A. lumbricoides). Atinge sobretudo crianças e jovens. A doença cursa com inflamação ocular unilateral e difusa, com risco de atrofia óptica irreversível. A larva ocupa o espaço sub-retiniano e gera degeneração da retina. A infecção ativa leva à retinocoroidite, vitreíte e vasculite retiniana, nota-se lesões branco-acinzentadas transitórias, relativas à localização da larva. Na lesão crônica há episódios de coroidite multifocal, aumento do reflexo da membrana limitante interna, atrofia difusa da retina, embainhamento dos vasos da retina e atrofia de nervo óptico. O encontro do verme na retina é patognomônico da doença, pode estar presente na fase aguda e na crônica, mas somente é observado em 25-40% dos pacientes. O tratamento é a fotocoagulação a laser da larva, na fase aguda pode melhorar a acuidade visual final, porém não há melhora nas fases crônicas. Albendazol 400 mg por dia por 30 dias mostrou-se efetivo em inflamação vítrea moderada a severa. A identificação e tratamento precoce da doença pode modificar drasticamente a história natural da doença.

Promotor

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Organização

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