Sessão de Relato de Caso


Código

RC129

Área Técnica

Oculoplástica

Instituição onde foi realizado o trabalho

  • Principal: Hospital São Geraldo

Autores

  • JULIANA MOREIRA MAIA (Interesse Comercial: NÃO)
  • ALINE FERREIRA ZWETKOFF (Interesse Comercial: NÃO)
  • CARLA DE SOUZA MOREIRA (Interesse Comercial: NÃO)

Título

COINFECÇAO OCULAR DE PARACOCOCIDIOMICOSE E ESPOROTRICOSE – UM RELATO DE CASO

Objetivo

Relatar um caso raro de paracoccidioidomicose ocular acometendo pálpebra com coinfecção corneana por esporotricose.

Relato do Caso

Paciente do sexo feminino, 70 anos, moradora de zona urbana há 20 anos. Relatou o surgimento de lesões na pálpebra inferior direita com 11 meses de evolução. Já submetida ao exame histopatológico da pálpebra que evidenciou a presença do fungo Paracoccidioides brasiliensis e inflamação granulomatosa. Estava em tratamento com itraconazol 200mg/dia há 6 meses. Há 30 dias, vinha evoluindo com quadro de piora da acuidade visual, secreção abundante no olho acometido, sendo diagnosticado úlcera de córnea e celulite orbitária. Ao exame oftalmológico, observou-se envolvimento palpebral, ectrópio, além de esclera nasal e córnea em melting com perfuração inferior tamponada. Apesar da gravidade do caso, paciente ainda possuía percepção luminosa. Realizada internação hospitalar, colhido raspado de córnea, ressonância de órbita e iniciado tratamento com antibioticoterapia venosa de amplo espectro, itraconazol oral, colírio de anfotericina B e fortificados. Após 14 dias de internação, paciente evoluiu com melhora da celulite pós-septal, mas manteve esclera e córnea em melting. Inicialmente, suspeitou-se de acometimento por infecção bacteriana secundária a exposição corneana. Entretanto, surpreendentemente na cultura de córnea, houve crescimento abundante do fungo Sporothrix schenckii. Levando em consideração a gravidade da infecção e as complicações presentes, optou-se pela realização da enucleação. Após procedimento cirúrgico, paciente recebeu alta hospitalar com melhora da dor ocular, sem sinais sistêmicos. Manteve acompanhamento da plástica ocular em uso de itraconazol 400mg/dia.

Conclusão

Esse caso ilustra a importância de considerar micoses raras como paracoccidioidomicose e a esporotricose ocular como diagnóstico diferencial em pacientes com lesões oculares crônicas, além de destacar a possibilidade de enucleação como opção terapêutica em casos resistentes ao tratamento antifúngico.

Promotor

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Organização

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