Código
RC200
Área Técnica
Retina
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Fundação Leiria de Andrade
Autores
- NICOLE PEREIRA SÁ (Interesse Comercial: NÃO)
- CAMILA SALGADO COELHO EVANGELISTA (Interesse Comercial: NÃO)
- GIOVANA RODRIGUES BARREIRA (Interesse Comercial: NÃO)
Título
BURACO MACULAR TRAUMATICO: RELATO DE CASO
Objetivo
Apresentar caso de buraco macular traumático (BMT) e discorrer sobre características clínicas, tratamento e prognóstico.
Relato do Caso
Paciente masculino,10 anos, com queixa de baixa acuidade visual (BAV) súbita em olho direito (OD) após trauma contuso com elástico há 4 dias. Apresentava acuidade visual sem correção (AV SC) no OD 20/800 e no olho esquerdo (OE) 20/20. Biomicroscopia OD com hiperemia conjuntival 2+, edema corneano 1+, reação de câmara anterior 3+, pupila em média midríase fixa e OE sem alterações. Fundoscopia OD com nervo óptico corado, escavação fisiológica, edema perimacular, alteração de brilho macular e OE dentro da normalidade. Prescritos prednisolona 1% e tropicamida 1%. Tomografia de coerência óptica (OCT) de OD mostrou depressão foveal de contornos anatômicos ausentes com separação foveal das camadas retinianas. Espessuras foveal e perifoveal alteradas, com integridade das camadas internas da retina. Retina externa com fragmentação e líquido subrretiniano temporal à fóvea. Reavaliado após 20 dias. AV SC OD 20/150 e biomicroscopia com olho calmo, córnea transparente, sem reação de câmara anterior e discreta opacidade cristaliniana. Fundoscopia do OD com brilho macular alterado. Decidido por seguimento com nova avaliação programada para 3 meses pós-trauma.
Conclusão
Compreende-se buraco macular por falha de espessura total da retina neurossensorial na fóvea, podendo ocorrer de forma idiopática ou traumática. Relata-se incidência deste de 1,4% em casos de trauma fechado e 0,15% nos abertos, mais frequentes em homens jovens. Em geral, associados a acidentes desportivos ou laborais, mas também podem ocorrer por trauma cirúrgico, entre outros. Principais sintomas incluem BAV e metamorfopsia. Fechamento espontâneo pode ocorrer em 10 a 67% dos casos e, após vitrectomia, sucesso terapêutico pode chegar a 83%. Pode-se considerar acompanhar por 90 dias antes de deliberar sobre cirurgia. Apesar do fechamento anatômico, sucesso funcional pode ser restrito em caso de patologia macular concomitante resultante do trauma.
Número de protocolo de comunicação à Anvisa: 2022379801