Código
GR03
Área Técnica
Córnea
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM)
Autores
- NATALIA D´ARC QUEIROZ PIMENTA (Interesse Comercial: NÃO)
- JOSE ROBERTO COSTA REIS (Interesse Comercial: NÃO)
- FIRMANI MELLO BENTO DE SENNE (Interesse Comercial: NÃO)
Título
ESCLEROCERATITE INFECCIOSA E ENDOFTALMITE EM PACIENTE COM PERCEPÇAO LUMINOSA MONOCULAR: O DESAFIO DE ADIAR A EVISCERAÇAO DE FORMA SEGURA
Objetivo
Relatar e discutir um caso desafiador de paciente com visão de percepção luminosa monocular com escleroceratite infecciosa e endoftalmite e o propósito de não eviscerar para manutenção da visão presente.
Relato do Caso
Paciente admitido em pronto-socorro da Oftalmologia HC-UFTM com histórico de dor em olho direito (OD) com uma semana de evolução. Histórico de ceratopatia bolhosa ipsilateral e perda visual em olho esquerdo (OE) anos antes após evento traumático. Ao exame físico, acuidade visual: percepção luminosa e sem percepção luminosa, respectivamente, em OD e OE. Identificada úlcera corneana em OD - que à cultura posterior revelou etiologia por Pseudomonas aeruginosa - com melting corneano. Conduziu-se com início de colírios fortificados de imediato e, em seguida, associados a injeção subconjuntival de antibiótico. O exame de imagem indicou endoftalmite, porém tensão bidigital elevada, associada ao aspecto da córnea, contraindicava a injeção intravítrea. Paciente culminou com perfuração corneana espontânea, com proposta de transplante corneoescleral de urgência, impossibilitado por esclera muito friável. Procedeu-se, assim, com recobrimento conjuntival, com boa evolução posterior e paciente mantendo sua acuidade visual similar à admissão.
Conclusão
Causas infecciosas são uma importante indicação de evisceração no Brasil e, dentre elas destacam-se ceratite e endoftalmite. Estudos destacam, ainda, o prognóstico reservado quando a etiologia do contágio é do gênero Pseudomonas. O manejo descrito buscou expender alternativas terapêuticas para evitar a cirurgia mutilante, principalmente por se tratar de paciente com histórico de visão monocular. Compreende-se que a percepção visual é fator importante na dinâmica do paciente com o seu meio e com suas atividades e, portanto, deve-se buscar preservá-la, de forma segura.
Número de protocolo de comunicação à Anvisa: 2022379801