Sessão de Relato de Caso


Código

RC015

Área Técnica

Córnea

Instituição onde foi realizado o trabalho

  • Principal: Universidade de Santo Amaro (UNISA)
  • Secundaria: Universidade de São Paulo (USP)

Autores

  • JULIANE DE CARVALHO ROCHA MOURA (Interesse Comercial: NÃO)
  • Mateus Conciani (Interesse Comercial: NÃO)
  • THALES ANTONIO ABRA DE PAULA (Interesse Comercial: NÃO)

Título

APLANAMENTO PROGRESSIVO BILATERAL DA CORNEA APOS CROSSLINKING - RELATO DE CASO

Objetivo

Relatar caso de aplanamento progressivo bilateral de córnea após crosslinking do colágeno corneano em paciente com ceratocone sem fatores de risco.

Relato do Caso

Paciente de 17 anos com diagnóstico de ceratocone apresentando progressão da ceratometria máxima (Kmax) > 1 D em menos de 1 ano, sendo indicado crosslinking do colágeno corneano (CXL). O exame pré-operatório do OD revelou: K1 46,2 e K2 50,4, ceratometria média (Km) 48,3, Kmax 56,1 e ponto mais fino de 500 mícrons. Em olho esquerdo: 2536 cél./mm2, K1 46,4 e K2 49,2, Km 47,8, Kmax 53,2 e ponto mais fino 488. Procedimento foi realizado e no pós-operatório, a paciente desenvolveu haze grau 2 e queixou-se de BAV (20/70) no 3º mês de pós-operatório. Um ano após, manteve BAV (20/60p) e haze persistente. A evolução das medidas ceratométricas é descrita na Tabela 1. Observamos aplanamento progressivo de 10D durante os primeiros 5 anos. Do 6º ao 10º, houve tendência à estabilidade. A evolução da paquimetria mostra afinamento da córnea, mas não são dados confiáveis porque foram obtidos com sistema Scheimpflug, que não é adequado para avaliar espessura em casos de opacidade. O OCT, por sua vez, revelou paquimetria de 453 mícrons e opacidade difusa no estroma. No 5º ano, a visão era 20/70p e havia insatisfação com a qualidade. Uma lente de contato escleral foi adaptada com altura sagital (SAG) mais profunda para tornar a opacidade mais posterior. A lente prescrita foi Zenlens, com curva base de 9,50, diâmetro de 16 mm, SAG de 4,75, e grau final de +8,00, sendo que a paciente apresentava boa visão (20/30). A AV manteve-se estável nos últimos 4 anos, a paciente ficou satisfeita e teve boa aceitação e tolerância da lente, que foi trocada anualmente mantendo a mesmos parâmetros e nota final.

Conclusão

Achatamento progressivo é raro, porém grave. Estudos demonstraram estabilização após o 5º ano de tratamento. Do 9º ao 10º, foi evidente estabilização, indicando diminuição do efeito com o tempo. Portanto, o acompanhamento a longo prazo é muito importante, especialmente em crianças e adolescentes.

Promotor

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