Código
RC179
Área Técnica
Patologia Externa
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Hospital Evangelico de Belo Horizonte
Autores
- JHONATA FREITAS DE RESENDE (Interesse Comercial: NÃO)
- RAFAEL LEITE DE OLIVEIRA (Interesse Comercial: NÃO)
- YURI BOSI TOREZANI (Interesse Comercial: NÃO)
Título
CONJUNTIVITE LENHOSA POS CIRURGIA OCULAR: RELATO DE CASO
Objetivo
Relatar um caso de conjuntivite lenhosa possivelmente desencadeada por manipulação cirúrgica
Relato do Caso
Paciente feminino, 69 anos, comparece ao serviço de urgência do Hospital Evangélico de Belo Horizonte com quadro de hiperemia, incômodo e drenagem de secreção em olho esquerdo (OE) iniciado há 20 dias. Em seu histórico oftalmológico: trauma ocular em olho direito (OD) na infância evoluindo para enucleação após múltiplos procedimentos; há 03 meses realizou exérese de lesão em pálpebra superior de OE, sendo constatado fibroma colagenoso em anatomopatológico. Ao exame oftalmológico: OD: cavidade anoftálmica; OE: hiperemia conjuntival, lesões membranosas volumosas, esbranquiçadas, firmes e friáveis, aderidas em tarso superior e inferior, sem outros achados oculares. Devido a gravidade do quadro optou-se por abordagem em bloco cirúrgico com remoção das membranas e coleta de material para análise, seguido de uso de colírios de antibiótico + corticóide e acetilcisteína 10%. A dosagem de atividade funcional do plasminogênio foi de 24% (valor de referência: 75-150%) e a histopatologia foi compatível com diagnóstico de conjuntivite lenhosa. Mantém apresentando recorrência das lesões, atualmente em uso de ciclosporina 1% e prednisolona, porém com controle insatisfatório, solicitado acompanhamento conjunto com hematologia.
Conclusão
A conjuntivite lenhosa é uma forma extremamente rara de conjuntivite crônica e recorrente. Estudos recentes correlacionam esta doença com a deficiência de plasminogênio do tipo 1 (tal deficiência está descrita em 16 casos a cada 1 milhão de pessoas). Pode ser precipitada por traumas oculares ou cirurgias. Suspeita-se que a paciente em questão tenha desencadeado a patologia após a cirurgia palpebral descrita, hipótese corroborada pela ausência de lesões prévias ao ato cirúrgico. Até o momento não existe tratamento padrão, o que mostra a necessidade de mais estudos sobre o tema.
Número de protocolo de comunicação à Anvisa: 2022379801