Título

METASTASE ORBITARIA DE CARCINOMA NEUROENDOCRINO DE PULMAO: RELATO DE CASO

Objetivo

Relatar caso de paciente com metástase orbitária bilateral de Carcinoma Neuroendócrino Pulmonar.

Relato do Caso

A.T.L.B, feminina, 71 anos, com diagnóstico de Carcinoma Pulmonar Neuroendócrino não Pequenas Células em 2016, foi encaminhada para avaliação oftalmológica em Setembro de 2020 devido à TC incidental mostrando massa retro-orbitária no ventre dos músculos retos mediais. Ao exame oftalmológico, apresentava acuidade visual (AV) de 20/20 em ambos os olhos; restrição à supraversão e adução em olho direito (OD) e exoftalmometria de 15mm em OD e 16mm olho esquerdo (OE). Diante desse quadro, foi indicada biópsia incisional retro-orbitária, porém paciente não compareceu, perdendo seguimento ambulatorial. Paciente retornou apenas em Novembro de 2022, via emergência, devido à diplopia. Ao exame, AV conta dedos OD e 20/40 OE, restrição à movimentação ocular em todas as versões em OD, além de quemose e proptose importantes. Desse modo, foi realizada biópsia retro-orbitária à direita, cujo anatomopatológico evidenciou carcinoma de alto grau apresentando padrão arquitetural predominantemente alveolar e cuja imuno-histoquímica foi compatível com carcinoma neuroendócrino metastático, com antígenos Citoqueratina Cocktail, Cromogranina A, Ki-67 e Sinaptofisina positivos.

Conclusão

A órbita é um local pouco frequente de metástases tumorais. A ocorrência de metástases na órbita representa de 3 a 7% dos tumores orbitários. Os sítios primários mais comuns de metástases orbitárias são: mama (53%), próstata (12%) e pulmão (8%). Em 19% dos casos, não há história de câncer quando o paciente apresenta sintomas oftalmológicos. Ademais, metástases orbitárias com foco primário em pulmão como o caso da paciente relatada (tumor neuroendócrino não pequenas células) são muito mais raras, tendo pouquíssimos casos relatados na literatura.