Sessão de Relato de Caso


Código

RC237

Área Técnica

Uveites / AIDS

Instituição onde foi realizado o trabalho

  • Principal: Hospital Banco de Olhos de Porto Alegre

Autores

  • CHRISTOPHER BARROS NIEDERAUER (Interesse Comercial: NÃO)
  • STEPHANIE BARROS NIEDERAUER (Interesse Comercial: NÃO)
  • DANIEL TRAHTMAN DE BOER (Interesse Comercial: NÃO)

Título

NEURORRETINITE POR BARTONELLA HENSELAE: UM RELATO DE CASO

Objetivo

Relatar a investigação diagnóstica e o desfecho de um caso de neurorretinite por Bartonella henselae diagnosticado no Hospital Banco de Olhos de Porto Alegre.

Relato do Caso

Paciente do sexo feminino, 21 anos, hígida, procurou atendimento oftalmológico de urgência com história de baixa acuidade visual (AV) em olho esquerdo (OE) progressiva há 2 semanas associada a fotopsias, sem outros sintomas oculares. Ao exame, apresentava AV com correção (CC) de 20/20 olho direito e conta dedos a 30 centímetros OE. Apresentou defeito pupilar aferente relativo em OE. À biomicroscopia de ambos os olhos sem achados relevantes. Á fundoscopia de OD sem alterações e de OE apresentando edema de papila importante causando edema macular secundário e associado a exsudatos maculares em formato de estrela. História pessoal de convívio com sete gatos de estimação. Foram solicitados exames laboratoriais incluindo pesquisa para Bartonella henselae e iniciado Doxiciclina 100mg 12/12 horas por 30 dias com retorno para acompanhamento semanal. Exame de anticorpos IgG reagentes 1:640. Com 30 dias de tratamento a paciente apresentou melhora fundoscópica e da acuidade visual com AV 20/80 OE (IMAGEM).

Conclusão

A doença da arranhadura do gato (DAG) afeta comumente crianças e jovens adultos. O agente etiológico é a Bartonella henselae, bastonete gram-negativo, com forte associação de transmissão através da arranhadura de gatos infectados. Apresenta-se com lesões cutâneas, febre e linfonodomegalia. A forma ocular clássica da doença caracteriza-se por baixa AV, edema de papila e exsudatos maculares em formato de estrela. Na investigação diagnóstica é importante buscar por histórico de contato com gatos e relacionar com a baixa AV para, assim, solicitar exames sorológicos para a confirmação, de modo a excluir diagnósticos diferenciais como a toxoplasmose e a sífilis. A DAG é geralmente unilateral e autolimitada, com bom prognóstico independente de tratamento. Contudo, a utilização de antibióticos sistêmicos, tem apresentado bons resultados e com melhor AV final, como exposto no caso.

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