Sessão de Relato de Caso


Código

RC184

Área Técnica

Retina

Instituição onde foi realizado o trabalho

  • Principal: Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Autores

  • PEDRO HENRIQUE ALMEIDA DA SILVA MONTEIRO (Interesse Comercial: NÃO)
  • RICARDO NOGUERA LOUZADA (Interesse Comercial: NÃO)
  • MÁRCIO PENHA MORTERÁ RODRIGUES (Interesse Comercial: NÃO)

Título

MACULOPATIA POR CLOROQUINA DE RAPIDA EVOLUÇAO E BAIXA DOSE/EXPOSIÇAO: UM DESAFIO DIAGNOSTICO

Objetivo

Relatar o caso de uma paciente de 68 anos, portadora de sarcoidose cutânea e pulmonar, que desenvolveu maculopatia por cloroquina apesar do uso na dose e tempo considerados seguros segundo a literatura atual (dose inferior a 2,3 mg/kg/dia por menos de 5 anos).

Relato do Caso

Paciente 68 anos, sexo feminino, 70 Kg, fez uso de cloroquina 75 mg/dia por 3 anos para tratamento sarcoidose pulmonar e cutânea de 2006 a 2009. Ao final de 2008, a paciente iniciou queixa de baixa acuidade visual, apresentando acuidade visual com correção de 20/50 em ambos os olhos (AO), perda do reflexo foveolar em AO e alterações de campo visual em AO, resultando na suspensão do uso de cloroquina. Todavia, apesar da suspensão da medicação, ocorreu evolução do quadro para maculopatia em bull’s eye (Figura 1) e redução da acuidade visual para 20/150 em AO. Em avaliação atual, no corrente ano, mantém maculopatia em bull’s eye em AO (Figura 1A,1C), escotoma central em AO registrado por campimetria computadorizada (Figura 2), presença de atrofia retiniana macular em AO à tomografia de coerência óptica e acuidade visual com correção de 20/150 em AO (Figura 1B,1D).

Conclusão

O presente caso evidencia que a toxicidade por cloroquina pode ocorrer mesmo em doses consideradas seguras e por períodos inferiores a 5 anos, sugerindo, portanto, que o seu derivado hidroxicloroquina, deva ser a droga de eleição, tendo em vista seu perfil de segurança mais favorável, o que reforça a literatura atual que preconiza o uso de hidroxicloroquina em detrimento da cloroquina. Destaca-se também a necessidade de acompanhamento seriado em busca de biomarcadores precoce desses pacientes, com exame clínico oftalmológico e exames de imagem, com o objetivo de diagnosticar precocemente qualquer alteração macular, evitando ou minimizando a ocorrência de maculopatia que, muitas vezes, evolui negativamente a despeito da suspensão da droga, resultando na grave deterioração da função visual.

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