Sessão de Relato de Caso


Código

RC092

Área Técnica

Neuroftalmologia

Instituição onde foi realizado o trabalho

  • Principal: Faculdade de Medicina da Fundação Universidade do ABC
  • Secundaria: Universidade de São Paulo (USP)

Autores

  • LOUISE CHRISTINE DE CASTRO COSTA (Interesse Comercial: NÃO)
  • Rodrigo Trabulsi Lima (Interesse Comercial: NÃO)

Título

MALFORMAÇAO ARTERIOVENOSA COMO CAUSA DE EDEMA DE PAPILA BILATERAL: RELATO DE CASO

Objetivo

Relatar um caso de uma paciente jovem do sexo feminino que compareceu ao pronto-socorro oftalmológico com queixa de cefaleia e baixa acuidade visual, sendo realizada fundoscopia, mesmo na presença de boa visão, e evidenciado edema de papila bilateral.

Relato do Caso

Paciente, sexo feminino, 23 anos, comparece ao pronto-socorro oftalmológico com queixa de embaçamentos visuais transitórios e cefaleia em região frontal e occiptal com irradiação cervical há 5 dias, refratária ao uso de analgésicos. Possui como antecedentes pessoais história de uso contínuo de anticoncepcional injetável mensal e sobrepeso. Ao exame oftalmológico, apresentou acuidade visual de 20/20 em ambos os olhos, reflexos fotomotor direto e consensual sem alterações, motilidade ocular extrínseca preservada, biomicroscopia e pressão intra-ocular dentro da normalidade. Fundoscopia evidenciou edema bilateral de papila, discos ópticos com margens mal definidas, apagamento dos vasos, ausência de pulsação venosa espontânea em ambos os olhos e presença de hemorragia de disco óptico em olho esquerdo, sendo, então, encaminhada para avaliação com neurologista. Após avaliação, foi solicitado tomografia de crânio com contraste que evidenciou área de realce serpiginoso em região occiptal direita, sendo interrogado uma malformação arteriovenosa a direita. Sob essa suspeita, foi realizada angio-ressonância magnética de crânio e angiografia cerebral que evidenciaram volumosa malformação arteriovenosa em lobo parieto/occpital direito, medindo cerca de 1.9 x 2.2 x 2.2 cm, com focos de calcificação. Durante a internação, evoluiu com melhora da cefaléia. A paciente foi encaminhada para a equipe de neurocirurgia para avaliação e conduta quanto a necessidade de intervenção cirúrgica.

Conclusão

As alterações fundoscópicas encontradas serviram como ponto de partida para investigação de doença em uma paciente que se apresentou com acuidade visual normal. Desta forma, torna-se evidente a importância do exame oftalmológico como forma de acompanhar pacientes com cefaleias refratárias ao uso de medicações analgésicas.

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