Código
RC227
Área Técnica
Uveites / AIDS
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Autores
- GUSTAVO DE BARROS MASSOTE (Interesse Comercial: NÃO)
- BRUNO DE BARROS MASSOTE (Interesse Comercial: NÃO)
- Arthur Gribel dos Reis (Interesse Comercial: NÃO)
Título
CONJUNTIVITE GRANULOMATOSA: UMA ETIOLOGIA EMERGENTE
Objetivo
A esporotricose é a infecção causada pelo fungo do gênero Sporothrix. Mundialmente, ocorre de forma esporádica pelo S. schencki, por meio de inoculação traumática de matéria orgânica contaminada. No entanto, após surto no Rio de Janeiro em 1998, vem ocorrendo por transmissão zoonótica do S. brasiliensis por mordedura, arranhadura ou contato com secreção de gatos infectados. A doença se espalhou do Rio de Janeiro para outras regiões do Brasil. A esporotricose ocular pode ser subdividida em intraocular (ocorre por disseminação hematogênica em indivíduos imunossuprimidos) e extraocular (ocorre por auto-inoculação ou trauma). A esporotricose extraocular geralmente se apresenta como conjuntivite granulomatosa, geralmente unilateral, que quando acompanhada de linfadenomegalia pré-auricular ou submandibular ipsilateral recebe o nome de síndrome oculoglandular de Parinaud. Outras manifestações menos comuns incluem: dacriocistite e conjuntivite bulbar isolada. O objetivo deste trabalho é relatar um caso de esporotricose com acometendo isolado da conjuntiva bulbar, forma mais rara e grave de acometimento da doença.
Relato do Caso
Paciente de 26 anos, sexo feminino, com queixa de hiperemia conjuntival e sensação de corpo estranho no olho direito há 15 dias. Quando questionada, relatou contato recente com gato. À biomicroscopia, apresentava lesão hiperemiada, elevada, com nódulos agrupados amarelados restritos a conjuntiva bulbar nasal do olho direito. Na cultura houve crescimento de Sporothrix. Houve resolução completa do quadro após tratamento com itraconazol 200 mg/dia por 10 semanas.
Conclusão
A esporotricose ocular é uma doença subnotificada e uma causa emergente de conjuntivite granulomatosa. O envolvimento bulbar isolado é uma apresentação rara e mais grave da doença. O diagnóstico e tratamento deve ser feito a tempo para evitar sequelas como fibrose conjuntival, ectrópio, simbléfaro e leucoma corneano.