Código
RC192
Área Técnica
Retina
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Hospital Banco de Olhos de Porto Alegre
Autores
- GABRIEL LEIVAS (Interesse Comercial: NÃO)
- FERNANDA BRANDS (Interesse Comercial: NÃO)
- EDUARDO LEIRIA BENCKE (Interesse Comercial: NÃO)
Título
NEURORRETINOPATIA MACULAR AGUDA POR USO DE ANTICOCEPCIONAL ORAL
Objetivo
Apresentar caso raro de Neurorretinopatia Macular Aguda (NMA), associada a uso de anticoncepcional oral (ACO), objetivando atentar os oftalmologistas ao diagnóstico da patologia.
Relato do Caso
Paciente feminina, 28 anos, previamente hígida, sem histórico de patologias ou cirurgias oftalmológicas, procurou atendimento por mancha preta em olho direito há 4 dias. Negava uso de medicações ou substâncias, exceto por fazer uso de ACO. Na avaliação oftalmológica, possuía acuidade visual de 20/20 em olho direito e de 20/40 em olho esquerdo. À biomicroscopia, câmara anterior formada, cristalino transparente e córnea sem alterações. À fundoscopia, escavação 0,3 em ambos os olhos e alteração pigmentar na mácula em olho esquerdo. Na Tomografia de Coerência Óptica notou-se bandas hiperrefletivas nas camadas nuclear e plexiforme externas, associadas a apagamento da zona elipsóide. Na angiotomografia de coerência óptica, percebeu-se área de isquemia nos plexos retiniamos profundos.
Conclusão
Este relato visa atentar os oftalmologistas sobre a importância do reconhecimento desta patologia, mesmo que de difícil identificação ao exame clínico, para posterior orientação e acompanhamento de seus pacientes acometidos. A NMA cursa com anormalidades microvasculares dos plexos profundos da retina (que podem ser observadas na OCT-A) e tem como um de seus possíveis fatores de risco o uso de ACO. Pode causar escotoma paracentral e levar ao surgimento de bandas hiperrefletivas entre as camadas plexiforme e nuclear externas na OCT, que indicam a disrupção do corpo e dos axônios dos fotorreceptores. Atenuação das zonas elipsóide e de interdigitação também podem ser observadas. Essa patologia não possui tratamento definido e devemos somente acompanhar os pacientes e alertar quanto a possíveis fatores causais.