Sessão de Relato de Caso


Código

RC234

Área Técnica

Uveites / AIDS

Instituição onde foi realizado o trabalho

  • Principal: Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)

Autores

  • DANIEL CAIADO FRAGA LAVAGNOLI (Interesse Comercial: NÃO)
  • LETÍCIA AMANDA LOUREIRO SILVA (Interesse Comercial: NÃO)
  • LUIZ GUILHERME MARCHESI MELO (Interesse Comercial: NÃO)

Título

ESCLERODERMA EN COUP DE SABRE SUBSEQUENTE A CERATOUVEITE HERPETICA

Objetivo

A esclerodermia é uma doença crônica do tecido conjuntivo que pode cursar com fibrose em diversos órgãos. As lesões herpéticas podem estar relacionadas ao desenvolvimento de dermatoses, como a esclerodermia. O objetivo deste trabalho é relatar o primeiro caso na literatura de escleroderemia en coup de sabre em região frontal subsequente a ceratouveíte herpética.

Relato do Caso

Paciente de 38 anos, sexo feminino, queixava-se de turvação visual e desconforto em olho esquerdo (OE) há 15 dias. Apresentava histórico de dois episódios de ceratouveíte em OE nos últimos dois anos. A acuidade visual com correção de olho direito era 20/20 (sem alterações ao exame ocular) e em olho esquerdo (OE), movimentos de mãos. O exame oftalmológico do OE demonstrava hiperemia conjuntival leve, edema estromal e epitelial corneano intenso com dobras de Descemet, acometendo eixo visual, pigmentos ceráticos difusos, reação de câmara anterior de 0,5+/4 (Figura 2), sendo aventada a hipótese de ceratouveíte herpética e iniciado aciclovir por via oral e corticoterapia tópica. À inspeção, foi observada lesão hiperpigmentada em fronte (início referido pela paciente como após os sintomas oculares). Os exames laboratoriais revelaram imunoglobulina G positiva para herpes zoster e simples, sem outros achados dignos de nota. Após 4 meses, houve resolução das lesões oculares e surgimento de depressão do relevo na região frontal em local de hiperpigmentação prévia (Figura 2). Realizada biópsia da lesão frontal, confirmando o diagnóstico de esclerodermia en coup de sabre. Instituído aciclovir em dose profilática e indicado, pela Reumatologia, metotrexato pela esclerodermia. Atualmente, segue em acompanhamento, sem recidiva do quadro ocular e com melhora parcial das lesões em fronte.

Conclusão

O diagnóstico etiológico das uveítes é, muitas vezes, desafiador. A avaliação oftalmológica e sistêmica detalhada é indispensável para adequada condução dos pacientes com uveítes. Este caso ressalta a possível associação de ceratouveíte herpética com esclerodermia en coup de sabre.

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