Título

TUBERCULOSE OCULAR COM DESCOLAMENTO DE RETINA E FIBROSE SUBRRETINIANA EM PACIENTE HIV POSITIVO: RELATO DE CASO

Objetivo

Descrever um caso de Tuberculose ocular associado à Descolamento de Retina (DR) e Fibrose Subrretiniana em paciente HIV positivo e o manejo adequado nessa situação.

Relato do Caso

Paciente do sexo masculino, 27 anos, com diagnóstico recente de HIV, sem uso de TARV e carga viral detectável. Com quadro de uveíte crônica, baixa acuidade visual em ambos os olhos, evoluiu com DR em olho direito (OD) e foi submetido a cirurgia de vitrectomia posterior + óleo de silicone (VVPP + OS) em dezembro de 2021. Em fevereiro de 2022 iniciou a TARV e está em uso de Sulfametoxazol 800mg -Trimetropim 160mg e Prednisolona colírio 10mg. Apresentou acuidade visual de conta dedos a um metro em OD e sem percepção luminosa (SPL) em olho esquerdo (OE). Biomicroscopia de OD com PK`s finos pigmentados, sem reação de câmara anterior, OE com sinéquia posterior e catarata subcapsular posterior. À fundoscopia, OD com retina aplicada, com óleo de silicone intravítreo, mácula com brilho diminuído, disco óptico regular, extensa fibrose subrretiniana nasal, com aderência ao disco, OE indevassável. Apresentou sorologias negativas e PPD >15 mm. O tratamento da fibrose subrretiniana consiste no uso de altas doses de corticosteroides via oral e imunossupressores, podendo evoluir com grandes áreas de fibrose subrretiniana. Nesse caso, como o paciente é HIV positivo e com diagnóstico recente, houve o receio de imunossupressão com o uso de corticosteroides sistêmicos, sendo realizado apenas o tratamento com esquema RIPE (Rifampicina, Isoniazida, Pirimetamina e Etambutol) para Tuberculose extrapulmonar ocular (TEO).

Conclusão

A partir da avaliação criteriosa dos achados clínicos, anamnese e exames complementares, foi possível chegar ao diagnóstico de Tuberculose ocular com Descolamento de Retina e Fibrose Subrretiniana . Conclui-se assim, a necessidade da individualização do tratamento em pacientes portadores de HIV, avaliando sempre o risco-benefício do uso de corticosteroides, no intuito de se evitar possíveis iatrogenias.