Sessão de Relato de Caso


Código

RC035

Área Técnica

Córnea

Instituição onde foi realizado o trabalho

  • Principal: Hospital da Gamboa

Autores

  • LAISE ASSIS PEIXOTO (Interesse Comercial: NÃO)
  • ISABEL BRASIL (Interesse Comercial: NÃO)
  • CARLOS GUSTAVO BONFADINI (Interesse Comercial: NÃO)

Título

ULCERA DE CORNEA POR ACANTHAMOEBA COM CULTURA NEGATIVA

Objetivo

Descrever o caso de uma paciente com úlcera de córnea por Acanthamoeba com diagnóstico e tratamento feitos clinicamente após obter cultura negativa para o protozoário e microscopia confocal inconclusiva.

Relato do Caso

Paciente do sexo feminino, 24 anos, usuária de lente de contato de forma irregular, foi encaminhada a especialista de córnea após ser atendida em serviço de emergência oftalmológica com quadro de úlcera de córnea infecciosa grave em olho esquerdo. Estava em tratamento com colírios fortificados de Vancomicina e Gentamicina 2/2h, colírio de Moxifloxacino 1/1h há 8 dias e havia realizado injeção subconjuntival de Cefazolina 100mg. Não havendo melhora do quadro, paciente evoluiu com hipópio e aumento da área de úlcera. Em consulta com especialista, paciente relatou dor intensa e fotofobia em olho esquerdo. Ao exame de biomicroscopia, apresentava úlcera de córnea de aproximadamente 5,0x5,5mm em região central de olho esquerdo, anel imune extenso e hipópio medindo 4mm, impossibilitando a avaliação da câmara anterior, como reflexo fotomotor. Foram realizados exame de cultura para Acanthamoeba, com resultado negativo, e exame de microscopia confocal, com resultado inconclusivo. O tratamento de escolha foi colírio Biguanida 0,02% 1/1h dia e noite nas primeiras 48h e posteriormente 1/1h durante o dia, por 10 dias. Após 10 dias a paciente apresentou melhora significativa do quadro, com hipópio de 1mm e úlcera com melhora evolutiva, medindo 3,0x3,5mm. Após 60 dias, paciente permanecia em uso de biguanida 6/6h e apresentava opacidade corneana cicatricial, sem hipópio e muito satisfeita com a evolução do quadro. Foi inserida em fila de transplante de córnea eletivo.

Conclusão

A Acanthamoeba é um protozoário de vida livre encontrado em água, solo e ar. A infecção de córnea por esse patógeno é rara e o principal fator de risco é o uso incorreto de lentes de contato. Nesse relato de caso, mostramos a importância do diagnóstico clínico da úlcera de córnea por Acanthamoeba e seu tratamento adequado, uma vez que os exames complementares vieram inconclusivos.

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