Código
RC059
Área Técnica
Estrabismo
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Instituto de Olhos Ciências Médicas - IOCM
- Secundaria: Pós-graduação Ciências Médicas - PGCM
Autores
- GABRIELA GONTIJO VIEIRA (Interesse Comercial: NÃO)
- MARCELA ALVES MORAIS VANAZZI (Interesse Comercial: NÃO)
- ALINE ALVES MATOSO (Interesse Comercial: NÃO)
Título
SÍNDROME DE BROWN COM NECESSIDADE DE ABORDAGEM CIRÚRGICA: RELATO DE CASO
Objetivo
Relatar um caso de Síndrome de Brown com necessidade de abordagem cirúrgica.
Relato do Caso
Paciente feminino, 18 anos, estrabismo congênito constante, pais dependentes químicos, parto prematuro e domiciliar, queda durante o parto. Uso de óculos desde a infância, realizou tampão ocular. Ao exame oftalmológico: Acuidade visual com correção (c/c) olho direito (OD): 20/25+3 e olho esquerdo: 20/30-3; Cover test (CT) c/c: Esotropia (ET) 30 dioptrias prismáticas (DP) + Hipertropia (HT) E/D 25 DP, ET´ 25 DP + HT´ E/D 25 DP; Restrição total de elevação em adução do OD (-4.00) do obliquo inferior (OI) direito. Foi levantada a hipótese de Síndrome de Brown (SB) no OD e confirmada pelo teste de dução passiva positivo para restrição parcial de elevação em adução OD. Optou-se pelo recuo dos retos mediais de 4 mm + tenectomia com afinamento de 10 mm do terço posterior das fibras do obliquo superior (OS) direito, acesso fórnice medial superior. Após o 4° mês apresentava CT (c/c): ET 5 DP + HT E/D 14 DP e HT’ E/D 14 DP.
Conclusão
A SB foi descrita em 1950 e está relacionada à disfunção do músculo OS, levando a um distúrbio oculomotor com limitação ativa e passiva da elevação em adução, no campo de ação do músculo OI. É um distúrbio raro, sua origem pode ser idiopática, congênita ou adquirida. Pode ter resolução espontânea ou necessitar de tratamento que varia de acordo com a causa e a gravidade. Nos casos adquiridos de causa inflamatória, anti-inflamatórios não esteroidais e esteroidais tem sido utilizados. Já o tratamento cirúrgico, como no caso da paciente, é raro. A indicação da cirurgia requer sinais funcionais e clínicos específicos: torcicolo, posição anormal de cabeça, hipotropia em posição primária, estrabismo associado, visão binocular comprometida. Mais de uma cirurgia pode ser necessária para o manejo ideal, e a cirurgia no olho não afetado pode ser recomendada. No caso relatado a tenectomia parcial mostrou-se insuficiente para a correção completa do desvio vertical e considera-se realizar a tenectomia total do OS direito para correção da HT residual.