Código
RC225
Área Técnica
Uveites / AIDS
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Instituto de Oftalmologia Ivo Corrêa-Meyer
Autores
- BRUNA MICHELON DE OLIVEIRA (Interesse Comercial: NÃO)
- BRUNO AMÉLIO DE BORBA (Interesse Comercial: NÃO)
- CAROLINA DA SILVA MENGUE (Interesse Comercial: NÃO)
Título
ARTRITE IDIOPATICA JUVENIL: DIAGNOSTICO A PARTIR DE ALTERAÇOES NO EXAME OFTALMOLOGICO
Objetivo
Relatar caso de diagnóstico de artrite idiopática juvenil (AIJ) a partir da avaliação oftalmológica
Relato do Caso
Paciente feminino, 4 anos, previamente sem antecedentes dignos de nota, encaminhada por baixa acuidade visual percebida pela mãe. Ao exame, acuidade visual de conta dedos 1,5 metros em ambos os olhos (AO). Ceratopatia em faixa de limbo a limbo com opacificação endotelial inferior AO. Sinéquias posteriores temporais OD e as mesmas aparentemente desfeitas OE. Sem sinais de uveíte ativa AO. Impossível visualização de fundo de olho, ecografia evidencia cavidade vítrea silenciosa e retina aplicada em todos os quadrantes AO. Investigação complementar: FAN 1:320 nuclear pontilhado fino denso, PPD 8mm e fator reumatóide negativo. Encaminhada ao reumatologista, que diagnosticou AIJ oligoarticular. Em acompanhamento multidisciplinar, em conjunto com a infectologia, em uso de prednisolona e isoniazida. Orientação de revisões bimensais oftalmológicas enquanto aguarda referenciamento a serviço de córnea cirúrgica.
Conclusão
A AIJ é uma artrite inflamatória que se apresenta até os 16 anos, sendo a principal causa de uveíte anterior na infância. Possui três subtipos: oligoarticular, poliarticular e sistêmica. A forma oligoarticular ocorre mais comumente em mulheres, com início 2-4 anos, 20% apresentam uveíte anterior. Normalmente, FAN positivo e fator reumatoide negativo. A uveíte anterior frequentemente assintomática, com olho branco mesmo nos casos graves e precede o quadro de artrite. Por ser silenciosa, o reconhecimento muitas vezes ocorre pelas complicações: estrabismo, ceratopatia em faixa e catarata. É uma inflamação crônica, 70% dos casos são bilaterais. A celularidade da câmara anterior determina a gravidade. Sinéquias posteriores são frequentes em casos antigos não diagnosticados. As avaliações oftalmológicas regulares são importantes, principalmente nas formas oligoarticulares e FAN positivos, a fim de diagnosticar precocemente episódios de uveíte ativa e evitar suas complicações futuras.