Código
RC086
Área Técnica
Neuroftalmologia
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: HCOE Hospital de Olhos
Autores
- AMANDA SILVA HENRIQUE BARBOSA (Interesse Comercial: NÃO)
- Lorena Oliveira Silva Lopes (Interesse Comercial: NÃO)
- Clara Lima Afonso (Interesse Comercial: NÃO)
Título
EDEMA DE PAPILA BILATERAL: RELATO DE CASO
Objetivo
Relatar caso de edema de papila bilateral e sua investigação diagnóstica
Relato do Caso
Paciente, 43 anos, sexo feminino, parda, brasileira, com traço falcêmico e obesidade, veio ao serviço para realizar mapeamento de retina de rotina, com queixa de cefaleia, náuseas, zumbido e obscurecimento visual transitório, negava diplopia. Durante o exame foi evidenciado edema de papila bilateral, sendo iniciado investigação por suspeita de hipertensão intracraniana e pseudotumor cerebral. Paciente foi submetida a exames de neuroimagem, os quais não evidenciaram nenhuma alteração central significativa, o líquor com manometria obteve pressão inicial de 45 mmHg. Ao exame oftalmológico: Acuidade visual s/c: 20/40 parcial em olho direito e 30/30 parcial em olho esquerdo. Refração subjetiva: Olho direito: -0,50 -1,50 100 = 20/20;. Olho esquerdo: -1,00 -1,50 70 = 20/20. Motilidade ocular externa: Preservada. Biomicroscopia: Olho calmo, córnea transparente, câmara anterior formada. Fundo de Olho: edema de papila estágio 5 bilateral, vasos retinianos de aspecto e calibre normal, mácula e brilho sem alterações. Ao exame de tomografia de coerência óptica apresentou espessura da camada de fibras nervosas da retina peri papilar globalmente aumentada (imagem 1) e retinografia com autofluorescência evidenciando edema de papila bilateral (imagem 2). Em atuação conjunta, à equipe multidisciplinar, neurologia e neuroftalmologia , iniciou-se tratamento com ênfase na mudança do estilo de vida, reeducação alimentar, perda de peso, e terapia medicamentosa (acetazolamida via oral).
Conclusão
A abordagem do edema de papila pode ser complexa. Muitos quadros são interdisciplinares entre neurologia e oftalmologia dificultando a abordagem por uma especialidade isoladamente. É fundamental o diagnóstico correto e acompanhamento adequado desses pacientes, para isso, é necessário exame clínico e laboratorial minucioso para elucidação do quadro, além de valorizar os fatores epidemiológicos da doença, que incluem maior prevalência no sexo feminino e faixa etária jovem.