Código
RC249
Área Técnica
Uveites / AIDS
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: MÉDICOS DE OLHOS S.A
Autores
- RAFAEL GODOY (Interesse Comercial: NÃO)
- ALUISIO ROSA GAMEIRO FILHO (Interesse Comercial: NÃO)
- BERNARDO REICHERT (Interesse Comercial: NÃO)
Título
UVEITE ANTERIOR PRESUMIDA POR COVID-19
Objetivo
Descrever, por meio de relato de caso, a demanda - frente a pandemia por coronavírus - do diagnóstico de uveíte provocado por COVID-19.
Relato do Caso
Masculino, 27 anos, procurou atendimento na emergência do Médicos de Olhos S.A por quadro de dor e hiperemia ocular há 2 meses. Paciente negava secreção ou lacrimejamento. Referia que, após três dias do início dos sintomas, iniciou quadro de cefaleia, mialgia e artralgia generalizada, associado a febre e calafrios. Procurou atendimento na UPA, quando foi solicitado PCR para COVID, com resultado positivo. Após término do isolamento domiciliar, referia melhora completa dos sintomas sistêmicos, com permanência das manifestações oculares. Negava comorbidades. Ao exame, apresentava acuidade visual de 20/30 em ambos os olhos. Biomicroscopia revelava reação de câmara anterior (RCA) 0.5+ em olho direito (OD), pigmentos de íris em cristalino e sinéquias posteriores. Já em olho esquerdo (OE): RCA 2+, hiperemia ocular importante, injeção ciliar, precipitados ceráticos (PKs) grosseiros, flare 2+ e sinéquias posteriores. À fundoscopia, cicatriz de coriorretinite por toxoplasmose sem sinais de atividade em OD. OE sem alterações. Paciente submetido a bateria completa de investigação para etiologias infecciosas e reumatológicas, todas com resultados negativos.Pesquisa para arboviroses também foram realizadas, sem positividade. Frente ao quadro, aventada a possibilidade de uveíte anterior bilateral alternante por COVID-19, iniciado uso de corticoide tópico e midriático, com melhora total após 3 semanas de tratamento.
Conclusão
Por tratar-se de doença recente, ainda há muito a ser descoberto sobre A covid-19. Manifestações oculares, como conjuntivite, episclerite, vasculopatias, tais quais como oclusões venosas e arteriais, vitreíte, e neurites já foram descritas em associação com a condição. Notadamente um vírus que perpetuará em circulação na população mundial, ressalta-se a importância de registrar e compartilhar as possíveis manifestações oculares relacionadas à infecção pelo covid-19.