Sessão de Relato de Caso


Código

RC095

Área Técnica

Neuroftalmologia

Instituição onde foi realizado o trabalho

  • Principal: Escola Superior de Ciências da Saúde

Autores

  • LUDYMILLA SARAIVA MARTINS (Interesse Comercial: NÃO)
  • CHRISTINE LANSSONI ZUCATTI (Interesse Comercial: NÃO)
  • PEDRO IGOR BANDEIRA BUNA (Interesse Comercial: NÃO)

Título

NEUROPATIA OPTICA ISQUEMICA ANTERIOR - NAO ARTERITICA APOS VACINAÇAO CONTRA COVID-19: UM RELATO DE CASO

Objetivo

O surgimento da pandemia do Covid-19 gerou uma corrida pelo desenvolvimento e aplicações de vacinas, e por isso, efeitos menos comuns tendem a ocorrer em maior proporção. Este relato tem como objetivo estabelecer uma relação temporal entre a vacinação contra Covid-19 e a neuropatia óptica isquêmica anterior - não arterítica (NOIA-NA).

Relato do Caso

Homem, 81 anos, branco, com diabetes mellitus e hipertensão arterial sistêmica controlados com medicações. Apresentou perda de visão temporal de olho direito, súbita e indolor, há 9 dias, 1 dia após receber vacinação contra o Covid-19. Acuidade visual corrigida em olho direito (OD) 20/30 e olho esquerdo (OE) 20/20, biomicroscopia dentro da normalidade exceto pelo defeito pupilar aferente relativo, fundoscopia com drusas duras maculares e vasos normais, presença de cicatriz coriorretiniana temporal e edema e palidez de papila associado a hemorragias peripapilares em OD (Figura 1). Considerou-se como diagnóstico a NOIA-NA. Foi prescrito ácido acetilsalicílico 100mg/dia, sinvastatina 40mg/dia e após os exames prednisona 1mg/kg/dia. Realizado exames: hemograma, velocidade de hemosedimentação, função hepática, renal e tireoideana normais; HbA1C 7,4% e glicemia 181mg/dL; perimetria de OD com escotoma absoluto poupando visão central (tubular) e OE com alguns escotomas relativos (Figura 2); Ressonância magnética de crânio e órbita com contraste com sinais de doença degenerativa cerebrovascular e imagem de 6,0mm com aspecto cístico no lobo frontal direito; Duplex Scan das artérias carótidas com discreta ateromatose parietal bilateral sem obstruções ao fluxo arterial. Ao paciente, foi esclarecido a gravidade do quadro clínico, o risco das sequelas visuais, orientado o controle das comorbidades e contraindicado a segunda dose da vacina.

Conclusão

Destaca-se que o paciente tem comorbidades, mas há uma associação temporal entre a vacinação e o desenvolvimento da NOIA-NA. Estudos são necessários para comprovar se a vacina pode ser fator causal ou precipitante de NOIA-NA, pois a imunização contra este vírus é algo inédito.

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