Título

BAIT SINDROME: RELATO DE CASO

Objetivo

Relatar caso raro de Bait Syndrome após uso de moxifloxacino via oral para tratamento de covid-19

Relato do Caso

Paciente, 55 anos, sexo feminino, encaminhada para investigação uveite hipertensiva. Apresentou quadro de dor ocular, embaçamento visual e fotofobia em AO, acuidade visual de 20/20 e 20/40 e pressão intraocular de 26 e 30 mmHg(em uso de timolol, dorzolamida, brimonidina e diamox de 8/8 horas). A paciente negava uso de medicamentos de uso contínuo ou histórico mórbido ocular Há 03 meses contraiu SARS-COV 19, com comprometimento pulmonar, sem sequelas. Foi feito tratamento domiciliar que incluia Moxifloxacino VO por 02 semanas Há 02 meses iniciou com quadro sugestivo de uveite hipertensiva em AO com PIO de 20 e 48 mmHg. Foi inicialmente tratada com Bactrim, prednisona, acetazolamida orais, prednisolona tópica, atropina, dorzolamida, timolol e brimonidina. Dado à persistência do quadro suspeitou-se de herpes zoster e foi iniciado tratamento com Aciclovir 800mg 5 vezes ao dia. À biomicroscopia foi observada a presença de olho calmo, média atonia pupilar, opacificação do cristalino em OE e deposição de pigmento no endotélio corneano, no estroma iriano, em câmara anterior e na cápsula anterior do cristalino. Apresentava transiluminação intensa, seio camerular amplo com depósito maciço de pigmentos, papilas róseas, escavação 0,4 e 0,6 e extensa cicatriz coriorretiniana cicatrizada em região temporal superior. Paciente evoluiu com pio de 26 e 30 e grandes oscilações pressóricas nos dias seguintes. mesmo com uso de bimatoprosta. Posteriormente retornou com dor e piora da acuidade visual, apresentando pio de 30 e 42 mmHg. A paciente foi então submetida a FACO TREC em olho esquerdo com evolução da pio para 08 mmHg. O OE apresentou boa evolução com tratamento medicamentoso mantendo PIO em 14 em uso de bimatoprost e timolol.

Conclusão

Foi firmado o diagnóstico de Síndrome BAIT, evento raro causador de hipertensão ocular severa secundária a dispersão pigmentar maciça. Esta entidade tem sido relacionada a infecções de via aéreas e uso de moxifloxacino via oral.