Código
RC200
Área Técnica
Retina
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Instituto de Olhos Ciências Médicas de Minas Gerais
Autores
- DEBORAH CRISTINA DA SILVA CARDOSO (Interesse Comercial: NÃO)
- Camila Dias Medeiros (Interesse Comercial: NÃO)
- Isadora Brito Coelho (Interesse Comercial: NÃO)
Título
RETINOPATIA MONOCULAR SECUNDARIA A MACROGLOBULINEMIA DE WALDENSTROM : RELATO DE CASO
Objetivo
Relatar um caso de hemorragia vitreo-retinana de difícil controle e possível associação neoplásica ou polipoidal em paciente com Macroglobulinemia de Waldenstrom.
Relato do Caso
Masculino, 63 anos, queixa baixa acuidade visual (AV) há 01 mês. Exame oftalmológico: AV sem correção olho direito (OD): 0,9; olho esquerdo (OE) 0,5. PIO 9 mmHg AO. Fundoscopia: OD sem alterações. OE: hemorragia vítrea pré, sub e intra retiniana, sem sinais de oclusão venosa ou trauma. Exames para investigação adicional evidenciaram hipergamaglobulinema com elevação de IgM. Angiofluoresceinografia (AFG): OD sem alterações. OE: hipofluorescência por bloqueio, sugerindo hemorragia retiniana e vítrea. Ultrassonografia ocular OE: descolamento de vítreo posterior, hemorragia vítrea e presença de lesão lobulada sub retiniana, medindo cerca de 2,5 e 2,6mm. Realizada Vitrectomia e acompanhamento. Após algumas semanas nova hemorragia vítrea, mantidas alterações intra e subrretinianas. Nova propedêutica: OCT OE: lesão com sombra óptica superior. AGF: hipofluorescência por bloqueio compatível com hemorragia sub e pré retiniana; hiperfluorescência por leakage, sugerindo malformação vascular ou edema. Feito indocianina verde na qual levantou a hipótese de vasculopatia polipoidal. Segue em investigação para elucidação se hemorragia exclusivamente pela MW ou se associada a lesão neoplásica ou polipoidal.
Conclusão
A MW é uma doença rara, caracterizada pela produção monoclonal de IgM e sintomatologia decorrente da hiperviscosidade sanguínea. Alterações retinianas como dilatação e tortuosidade vascular são encontradas em 50% dos pacientes com MV e podem levar à complicações como hemorragias, edema retiniano e oclusão vascular. O acompanhamento oftalmológico é de extrema importância para o adequado manejo das alterações e possíveis complicações retinianas. Além disso, não há relatos na literatura entre a coexistência de tumor retiano e MW, fato que agrega peculiaridade ao caso, que segue em investigação.