Código
RC022
Área Técnica
Córnea
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Instituto de Olhos Ciências Médicas
- Secundaria: Pós Graduação Ciências Médicas
Autores
- LARISSA LIMA MAGALHAES (Interesse Comercial: NÃO)
- Letícia Arriel Crepaldi (Interesse Comercial: NÃO)
- Bruno Lovaglio Cançado Trindade (Interesse Comercial: NÃO)
Título
IMPORTANCIA DA INTEGRIDADE DO DIAFRAGMA IRIDOLENTICULAR PARA O TRANSPLANTE ENDOTELIAL: RESOLVENDO UM CASO DESAFIADOR
Objetivo
Relatar caso desafiador de ceratopatia bolhosa associada a iridotomia setorial traumática e decentramento da lente intraocular (LIO) em olho vitrectomizado que foi resolvido com reposicionamento da lente, pupiloplastia e transplante endotelial da membrana de Descemet (DMEK).
Relato do Caso
Paciente do sexo feminino, 80 anos, compareceu com queixa de dor e baixa acuidade visual no olho direito (OD) e relato de cirurgia de catarata onde houve lesão iriana, desinserção do saco capsular, luxação da LIO para cavidade posterior, vitrectomia posterior e implante da LIO no sulco. Na apresentação, a visão era de conta dedos a 1 metro e na biomicroscopia foram observados edema difuso corneano, iridotomias traumáticas temporal e superior além de decentração e inclinação da LIO. Optamos por abordar esse caso por meio da recentralização da LIO, pupiloplastia e DMEK. Durante a cirurgia a lente intraocular foi reposicionada no sulco ciliar em uma orientação mais estável. Na sequência, foi feito o fechamento das iridotomias com sutura iriana e, logo em seguida, o DMEK. A cirurgia transcorreu sem intercorrências, o enxerto doador foi anexado com sucesso e houve melhora importante da visão e da anatomia do segmento anterior.
Conclusão
O transplante endotelial da membrana de Descemet (DMEK), apesar de apresentar resultados clínicos previsíveis e possuir boa reprodutibilidade, ainda é um desafio em alguns olhos devido a certas características morfológicas, como a anatomia da câmara anterior, a condição do diafragma iridocristaliniano e o estado do vítreo. A realização de DMEK em pacientes com instabilidade desse diafragma e que foram previamente vitrectomizados, como no caso relatado, pode ser desafiadora mesmo para cirurgiões experientes, uma vez que a instabilidade da câmara anterior pode tornar complexa a abertura do enxerto e ocasionar o risco eminente de luxação para a cavidade vítrea. Dessa forma, é fundamental a estabilização inicial do diafragma iridocristaliniano permitindo a manutenção de um assoalho seguro da câmara anterior para proceder com o DMEK.