Código
RC119
Área Técnica
Oculoplástica
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL)
Autores
- BRUNO VICTOR TENORIO CAVALCANTI PADILHA (Interesse Comercial: NÃO)
- Hugo Diehl de Souza (Interesse Comercial: NÃO)
- Gherusa Helena Milbratz (Interesse Comercial: NÃO)
Título
DESAFIADORA RECONSTRUÇAO POR ESTAGIOS APOS AVULSAO PALPEBRAL POR TRAUMA EXTENSO
Objetivo
Descrever o processo de reconstrução palpebral por estágios em paciente com trauma extenso.
Relato do Caso
Feminina, 27 anos, trazida à emergência após colisão de motocicleta com trauma extenso em face esquerda. Ao exame, trauma na região do olho esquerdo, visão de conta dedos e corectopia, sem perfuração identificável. Avulsão palpebral, exposição óssea e do globo ocular. Tomografia com fratura zigomática e maxilar à esquerda No intraoperatório, verificou-se globo ocular íntegro, avulsão de pálpebras superior e inferior (conectadas por único pedículo ínfero-lateral com 2cm de base) e avulsão de glândula lacrimal principal. Os retalhos traumáticos foram anatomicamente realocados, fixou-se glândula lacrimal principal junto ao periósteo frontal próximo a sua fossa. Após manejo primário, a porção medial da pálpebra superior evoluiu com necrose das lamelas anterior e posterior. A paciente foi submetida à nova cirurgia, com debridamento tecidual, redução da fratura zigomática e reconstrução da pálpebra superior utilizando enxerto tarso-conjuntival contralateral e retalho médio frontal (indiano). Após sete semanas, realizou-se autonomização do retalho, com boa pega dos tecidos utilizados.
Conclusão
O retalho indiano é amplamente conhecido por sua eficácia em fechamentos de defeitos em face. Na região periocular seu uso é descrito para reconstrução por grandes defeitos tumorais. Aqui trazemos sua aplicação bem sucedida para um caso de trauma extenso de pálpebras. Os traumas palpebrais extensos são desafiadores para cirurgião e paciente, sendo a reconstrução em estágios muitas vezes necessária. Referência: ANG, Terence W. et al. The use of the paramedian forehead flap alone or in combination with other techniques in the reconstruction of periocular defects and orbital exenterations. Eye, 3 mar. 2022. Springer Science and Business Media LLC