Sessão de Relato de Caso


Código

RC029

Área Técnica

Córnea

Instituição onde foi realizado o trabalho

  • Principal: Hospital Evangélico de Belo Horizonte

Autores

  • LUIZ FERNANDO FERREIRA ALCANTARA (Interesse Comercial: NÃO)
  • RAYSSA CRISTINA FONSECA DINIZ (Interesse Comercial: NÃO)
  • RAFAEL PALUCCI CALIL (Interesse Comercial: NÃO)

Título

RELATO DE CASO: DISTROFIA MACULAR CORNEANA ASSOCIADA A CERATOCONE

Objetivo

Relatar o caso raro de uma paciente com Distrofia Macular Corneana (DMC) associada a Ceratocone (CK), enfatizar os principais aspectos clínicos oftalmológicos associados à estas condições e possíveis tratamentos, a fim de obter melhora da acuidade visual (AV).

Relato do Caso

Paciente, 16 anos, feminina, acompanhada pelo serviço de Oftalmologia do Hospital Evangélico de Belo Horizonte com queixa de baixa acuidade visual (BAV) progressiva desde a infância. O paciente não tinha histórico prévio de doença sistémica, uso de medicações ou cirurgias oculares. Ao exame oftalmológico, constatou-se AV sem correção de 20/900 em ambos os olhos (AO) e com correção, sem progressão, de 20/200 em AO, pela tabela de Snellen. À biomicroscopia: identificado opacidade corneana em aspecto de vidro fosco no estroma superficial e profundo (lesões branco acinzentadas com bordas mal delimitas), sem áreas sadias, com turvação difusa mais pronunciada no olho direito (OD). Topografia com astigmatismo irregular assimétrico a favor da regra em AO. Ceratometria: OD K1 49,64 / K2 67,64 / Q -1,74 / KISA 1342% e olho esquerdo (OE) K1 50,98 / K2 62,02 / Q -2,00 / KISA 23593%. Paquimetria: OD 352 micra e OE 379 micra. Realizado acompanhamento seriado, com índices topográficos estáveis, compatíveis com ectasia corneana, mantendo também a opacidade estromal, reforçando o diagnóstico clínico de DMC. Realizado teste de lente de contato rígida, com má adaptação e sem melhora da AV. Optado pela indicação de transplante (TX) de córnea tipo lamelar profundo (DALK) em AO, com posterior análise histológica da peça.

Conclusão

A DMC é uma doença autossômica recessiva rara. Sua associação com CK é ainda mais incomum. A causa dessa associação permanece desconhecida, mas há indícios da relação de mecanismos patogênicos moleculares comuns. No SUS, o TX ainda é a melhor abordagem cirúrgica, uma vez que o PTK não está disponível. Existem poucos relatos dessa associação na literatura, o que afirma a importância dessa abordagem, justificada pelo impacto visual com piora da qualidade de vida da paciente.

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