Código
RC011
Área Técnica
Catarata
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Hospital de Olhos do Paraná
Autores
- ISSA PEREIRA GENOBIE ANTONIO (Interesse Comercial: NÃO)
- Guilherme Gonçalves Robaina (Interesse Comercial: NÃO)
- Renan Pedro de Almeida Torres (Interesse Comercial: NÃO)
Título
PICO DE PRESSAO INTRAOCULAR SECUNDARIO A HIPOSFAGMA APOS CIRURGIA DE CATARATA: RELATO DE CASO
Objetivo
Relatar caso de pico de pressão intraocular após cirurgia de catarata por congestão das vias episclerais secundária a hiposfagma.
Relato do Caso
L.S.L., feminina, 59 anos, submetida a cirurgia de catarata, em uso de 3 classes de colírios hipotensores, devido ser portador de glaucoma. No primeiro pós-operatório (PO) do olho direito (OD), queixava-se de dor, baixa acuidade visual, hiposfagma intenso e náusea. Na história mórbida pregressa, nega diabetes mellitus. Ao exame, apresentava acuidade visual sem correção de conta dedos a 2 metros em OD, motilidade extrínseca normal e pressão intraocular (PIO) de 50 mmHg. Na biomicroscopia de olho direito, o paciente apresentava hemorragia subconjuntival intensa e edema corneano importante, inviabilizando gonioscopia, sendo iniciado acetazolamida 6/6h e compressa fria. A PIO manteve-se elevada até início da segunda semana de PO, a despeito do tratamento clínico. Após o 14º dia de PO, o hiposfagma era mínimo e os níveis de PIO reduziram para 25 mmHg. Na gonioscopia notou-se importante congestão vascular, levantando a hipótese de pico de Pio por congestão das vias episclerais, secundária ao hiposfagma. Na 3ª semana de PO, a PIO manteve-se estável em 12mmHg, a córnea transparente e a visão 20/25 parcial.
Conclusão
Diversos fatores levam a alterações na pressão intraocular no pós-operatório da facoemulsificação, como retenção de substância viscoelástica, reação inflamatória secundária a restos corticais, técnica de sutura, anestesia retrobulbar, alteração da profundidade da câmara anterior e bloqueio pupilar. Concluiu-se que o pico de pressão pode estar relacionado a congestão das vias episclerais, evidenciada através do exame da gonioscopia, secundária à tensão gerada pelo hiposfagma, em vista da manutenção de altos níveis de PIO além dos primeiros dias do pós-operatório. Mesmo em uso de acetazolamida e 3 classes de colírios hipotensores, a resposta ao tratamento apenas ocorreu após resolução clínica do hiposfagma.