Código
P65
Área Técnica
Neuroftalmologia
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Universidade Federal Juiz Fora
- Secundaria: Universidade São Paulo
Autores
- LEONARDO PROVETTI CUNHA (Interesse Comercial: NÃO)
- Pedro Nascimento Martins (Interesse Comercial: NÃO)
- Thiago Cardoso Vale (Interesse Comercial: NÃO)
- Rony Carlos Preti (Interesse Comercial: NÃO)
- Leandro Cabral Zacharias (Interesse Comercial: NÃO)
- Kenzo Hokazono (Interesse Comercial: NÃO)
- Luciana Virginia Ferreira Costa-Cunha (Interesse Comercial: NÃO)
- Mario Luiz Ribeiro Monteiro (Interesse Comercial: NÃO)
Título
PERDA NEUROAXONAL DETECTADA PELA TOMOGRAFIA DE COERENCIA OPTICA COMO BIOMARCADOR DE GRAVIDADE EM PACIENTES VEGANOS COM PERDA VISUAL
Objetivo
Demonstrar, em uma série de casos, as características clínicas dos pacientes veganos com perda visual, onde a perda neuroxonal, detectada pela tomografia de coerência óptica (OCT), pode ser um biomarcador de mau prognóstico para recuperação visual nestes pacientes.
Método
Foi realizado um estudo transversal, descritivo que incluiu veganos com perda visual. Foram analisados dados clínicos e demográficos como idade, sexo, hábitos alimentares, tempo de início da dieta e dos sintomas e resultados de exames de sangue. Todos os pacientes foram submetidos a exame oftalmológico, perimetria computadorizada padrão 24 graus e exame de OCT para avaliação do disco óptico e da região macular.
Resultado
Foram incluídos 12 olhos de 6 pacientes veganos, sendo 4 do sexo feminino. A idade média foi de 23 anos, com o tempo do início da dieta e dos sintomas visuais 44 e 7,6 meses, respectivamente. A dosagem média de vitamina B12 foi 163pg/mL(referência:200-900pg/mL). Ao exame de CV, a média do desvio médio foi -4,1dB , sendo a redução difusa da sensibilidade e escotomas centrais os achados mais comuns. Ao exame de OCT, e espessura da CFNRp foi mais acentuada no quadrante temporal, enquanto a redução da espessura do CCG na região macular foi difusa, porém mais marcada nos setores nasais à fóvea (Figura 1). A tabela 1 sumariza os principais achados. Os pacientes apresentaram pouca ou nenhuma melhora visual com o tratamento realizado.
Conclusão
A perda visual em veganos está diretamente relacionada aos baixos níveis de vit. B12. A perda neuroaxonal, detectada pelo OCT, afeta predominantemente o quadrante temporal do disco óptico e o CCG mais acentuada no setor nasal da mácula. Estes achados, quando presentes, sugerem ser biomarcadores de mau prognóstico. Pacientes, oftalmologistas e demais profissionais da saúde devem estar cientes sobre os riscos que esta dieta pode acarretar. O diagnóstico precoce, medidas educacionais e suporte nutricional são medidas fundamentais na prevenção da perda visual em veganos.