Código
RC141
Área Técnica
Oncologia
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Hospital Santa Casa de Misericórdia de Vitória
Autores
- GABRIEL SANT`ANA ZUCOLOTO (Interesse Comercial: NÃO)
- JÚLIO CÉSAR BASSINI CHAMUN JÚNIOR (Interesse Comercial: NÃO)
- Tayla Nossa Frigini (Interesse Comercial: NÃO)
Título
CARCINOMA METASTATICO DE IRIS
Objetivo
A doença metastática ocular no câncer de mama ocorre por via hematogênica, sendo uma manifestação rara. Este artigo relata o caso de um paciente com carcinoma de mama ductal invasivo com metástase em corpo ciliar e íris. Considerando a raridade desse sítio de metástase e dificuldade diagnóstica associada com a rápida evolução, é importante sempre lembrar dessa patologia para atuar precocemente.
Relato do Caso
Paciente de 61 anos, feminino, diagnóstico de neoplasia de mama esquerda em 2017, tipo carcinoma ductal invasivo, sendo submetida a quadrantectomia em mama esquerda com posterior quimioterapia e radioterapia. No seguimento clínico, apresentou em 2020 recidiva, sendo submetida a quimioterapia baseado em platina; por questões familiares paciente optou por realizar tratamento em município de domicílio. Retorna ao serviço em 2021 com relato de baixa acuidade visual e dor em olho direito, sem antecedentes de patologia ocular prévia. Ao exame oftalmológico, apresentava acuidade visual de vultos no olho direito (OD) sem melhora refracional; ao exame biomicroscópico de OD, injeção ciliar com edema corneano 2+, precipitados ceráticos granulomatosos, média midríase, hifema 1/3 câmara anterior, corectopia, catarata nuclear 2+, pressão intraocular de 48mmHg; olho esqueredo (OE) dentro da normalidade. Biomicroscopia Ultra-Sônica (UBM) e Tomografia Computadorizada (TC) sugestiva de doença metastática de íris e corpo ciliar. Indicado hipotensores oculares, corticóide oral, injeção intravítrea de Bevacizumab e quimioterapia com Docetaxel. Permaneceu em acompanhamento no ambulatório de oftalmologia e oncologia clínica, sem sintomas oculares e com regressão parcial de massa tumoral, evidência de metástases para outros sítios.
Conclusão
Tendo em vista a raridade dessa metástase é importante lembrar desse sítio e intervir precocemente. O diagnóstico precoce interfere de forma significativa na evolução do quadro, sendo necessária a manutenção do acompanhamento oncológico e oftalmológico com o intuito de detectar tão logo recidivas locais e metástases a distância.