Código
RC164
Área Técnica
Órbita
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Hospital de Olhos de Feira de Santana (CLIHON)
Autores
- GABRIELA MARQUES BASTOS KASPRZYKOWSKI (Interesse Comercial: NÃO)
- VICENTE CONRADO FONTES JUNIOR (Interesse Comercial: NÃO)
- HERMELINO LOPES DE OLIVEIRA NETO (Interesse Comercial: NÃO)
Título
FISTULA CAROTIDO-CAVERNOSA TIPICA: A IMPORTANCIA DO DIAGNOSTICO CORRETO
Objetivo
Relatar um caso típico de fístula carótido-cavernosa e os achados clínicos que direcionam ao diagnóstico preciso.
Relato do Caso
LAJ, masculino, 25 anos, com queixa de vermelhidão e aumento do globo ocular direito. Relatava acidente motociclístico 01 mês antes de iniciarem os sintomas. Negava antecedentes oculares ou comorbidades. Ao exame oftalmológico, acuidade visual c/c: 20/25 em olho direito (OD) e 20/20 em olho esquerdo (OE) e proptose à direita, com limitação à abdução. À biomicroscopia, OD com hiperemia conjuntival 2+ e dilatação dos vasos episclerais associado a PIO de 28mmHg. Sem alterações em OE. Fundoscopia normal em ambos os olhos. Presença de frêmito ao toque e sopro à ausculta do globo ocular direito. A TC de crânio com contraste mostrou dimensões do seio cavernoso direito aumentadas por emaranhado vascular no seu interior, ectasia da veia oftálmica homolateral, dentre outros achados compatíveis com fístula carótido-cavernosa. Prescrito lubrificante ocular e anti-hipertensivos tópicos e diante da potencial gravidade do caso, o paciente foi encaminhado ao serviço de neurocirurgia do hospital de referência para definição de conduta antes de demais abordagens oftalmológicas.
Conclusão
Fístulas carótido-cavernosas (FCC) caracterizam-se por comunicações anormais entre a artéria carótida interna (ACI) e o seio cavernoso, derivadas de rotura espontânea ou traumática da artéria, sendo a última, a causa mais comum. As FCC são pouco frequentes e podem ser erroneamente diagnosticadas. Compõem o quadro clássico, o exoftalmo pulsátil com limitação da movimentação ocular, porém o ingurgitamento dos vasos episclerais e a hipertensão ocular corroboram para a suspeita diagnóstica. O tratamento é, em alguns casos, conservador, podendo ocorrer a oclusão espontânea. Porém, a embolização endovascular pode ser indicada se maior gravidade, como na redução da acuidade visual, proptose exuberante e/ou glaucoma, tornando fundamental a avaliação criteriosa do quadro.
ANVISA: 25352012367201880