Código
RC106
Área Técnica
Neuroftalmologia
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Biocor Instituto
- Secundaria: Instituto de Olhos Ciências Médicas
Autores
- DEBORA FALEIROS LEITE (Interesse Comercial: NÃO)
- ISABELLA CRISTINA TRISTÃO PINTO (Interesse Comercial: NÃO)
- MARIANA COUY FONSECA (Interesse Comercial: NÃO)
Título
MELANOMA METASTATICO AVANÇADO DIAGNOSTICADO POR MEIO DE ACOMETIMENTO DE NERVO OPTICO SEM ALTERAÇOES A FUNDOSCOPIA
Objetivo
Relatar um caso de apresentação atípica de melanoma metastático avançado, cujo diagnóstico foi desencadeado pela investigação de uma queixa oftalmológica inespecífica e sem alterações ao exame de fundoscopia.
Relato do Caso
Mulher, 74 anos, procurou atendimento devido a quadro inespecífico de turvação visual no olho esquerdo, percebido ao olhar através do “olho mágico” de sua porta. Negava outros sintomas oftalmológicos ou neurológicos e não possuía comorbidades, apenas dor escapular à direita, que associava a bursite, e tosse crônica, que associava a atopia. Ao exame fundoscópico, não havia alterações. À Ressonância Magnética de Crânio, foram evidenciadas múltiplas (>15) lesões expansivas de limites definidos, com realce ao contraste de gadolínio, extra e intracranianas, sendo que as maiores apresentavam edema perilesional. Dentre elas, foi observada uma lesão captante de contraste em porção intracanalicular do nervo óptico esquerdo (NOE), que justificaria o quadro clinico apresentado. Com extensão da propedêutica, identificou-se ainda uma lesão escapular à direita e outra no lobo pulmonar direito, que possivelmente estariam associadas com as demais queixas da paciente. Submetida à biópsia endobrônquica, diagnosticou-se neoplasia maligna de alto grau, compatível com melanoma. Paciente recebeu alta para acompanhamento ambulatorial oncológico, porém, pouco após, foi novamente internada devido a complicações relacionadas e evoluiu a óbito após 30 dias do início da primeira internação.
Conclusão
Este relato ilustra uma apresentação atípica do melanoma, uma neoplasia comum, caracteristicamente conhecida pela forma cutânea (91,2%), mas que, neste caso, teve seu diagnóstico devido à clínica causada por uma lesão secundária: a metástase em NOE, não visualizável à fundoscopia. Apesar de o diagnóstico poder ser considerado tardio devido à rápida evolução para óbito (um mês), a disposição da lesão em NOE levou a uma relativa precocidade na identificação etiológica, permitindo um preparo da paciente e da família para o desfecho clínico esperado.
ANVISA: 25352012367201880